Para cumprir lei, Fluminense e Botafogo foram a campo pra uma disputa de pênaltis


A partida histórica entre Fluminense e Botafogo em 1988, que foi decidida apenas nos pênaltis, é conhecida como “A Batalha dos Aflitos”. O jogo aconteceu em 15 de maio de 1988, no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, em um clássico carioca que tinha muito em jogo.

A partida era válida pela Taça Rio, o segundo turno do Campeonato Carioca daquele ano. O jogo terminou em empate por 1 a 1 no tempo regulamentar, com gols de Romerito para o Fluminense e Maurício para o Botafogo. Com o empate, a decisão foi para a disputa de pênaltis. O árbitro da época, José de Assis Aragão, comentou sobre a situação.

“Acabando a partida, empatada em 1 a 1, chamamos os dois capitães. Eles disseram que não iriam cobrar as penalidades porque tinham instruções dos presidentes de ambos os clubes para não cobrar as penalidades”, afirmou à Rede Globo.

As equipes no entanto não quiseram cobras as penalidades e por isso, houve uma briga nos bastidores, fazendo com que a partida de fato só se acabasse depois da disputa de pênaltis, em uma outra oportunidade, quando abriram o Maracanã apenas para o duelo na marca da cal. À época, o goleiro do Flu, Ricardo Pinto contou como foi a comunicação.

“Fomos informados que não iríamos cobrar os pênaltis e, assim que acabou o jogo, fomos embora. Nossa vida seguiu, continuamos a treinar, pensar nos outros jogos. Depois é que veio a informação que a equipe ia para o Maracanã só para cobrar os pênaltis que estavam faltando”, disse.

“É uma situação que nunca vivi e nunca vi acontecer. Foi algo bastante complicado, estranho no mínimo. Aquecia, não aquecia, foi um clima todo diferente. Foi inusitado porque nós tínhamos de fazer todo o procedimento do jogo. Tinham de estar os mesmos jogadores que estavam na súmula, não podia trocar, independentemente de quem estava jogando. Era muito improvável que algum jogador ou um goleiro se machucasse em um pênalti, mas tinha de ter os titulares e os reservas da partida. Havia toda estrutura da partida, inclusive um pequeno aquecimento apenas para fazer um chute. E tudo isso mobilizando o Maracanã”, contou Ricardo Cruz atleta do Botafogo.