Par de tênis pode definir condenação de Daniel Alves?

Qualquer detalhe pode influenciar positiva ou negativamente a estratégia da defesa do jogador Daniel Alves, preso em Barcelona, na Espanha, acusado de abuso sexual. E acredite se quiser. Mas um par de tênis pode ser a chave para atestar ou negar a presença de Daniel Alves no banheiro da boate onde uma jovem afirmou ter sido vítima de agressão sexual pelo jogador brasileiro no fim do ano passado.

De acordo com o jornal “La Vanguardia”, apesar de Daniel Alves estar em um ponto cego das imagens de segurança, é possível ver tênis brancos no reflexo de um espelho quando a jovem entra no banheiro. E, enquanto a acusação tentará provar que os calçados são do jogador, a defesa tenta usar o elemento para provar que o brasileiro não estava dentro da cabine naquele momento.

Segundo o relato da jovem, Daniel Alves teria insistido para que ela entrasse no banheiro por diversas vezes. A defesa do jogador tenta indicar que foi ela quem entrou no local por vontade própria, dois minutos depois do brasileiro. Mas a acusação usaria a imagem dos tênis para afirmar que é Daniel Alves quem segura a porta para que ela entrasse no banheiro.

A defesa de Daniel Alves seguiria trabalhando para provar que os tênis não pertencem a Daniel Alves e que não havia “situação de dominação ou medo” naquele momento. A vítima alega que um dos motivos que a levou a entrar no banheiro seria o temor de que fosse agredida na saída da boate ou até mesmo que alguém “colocasse algo em sua bebida”, segundo o “La Vanguardia”.

O jornal ainda destaca que esta é a versão da acusação para justificar o fato de que a jovem não tenha saído imediatamente do local onde estava com Daniel Alves. A defesa, por sua vez, sustenta que as imagens servirão para mostrar inconsistências no depoimento da jovem.

Mais depoimentos no caso Daniel Alves

A juíza substituta Anna Marín ouvirá ainda depoimentos que podem ser importantes para o caso. Prestarão esclarecimentos funcionários da boate e as duas amigas que acompanharam a jovem que acusa Daniel Alves.

Serão ouvidos o garçom que convidou três jovens a se juntar a Daniel Alves e um amigo em uma mesa reservada; o porteiro, que na saída teria visto a jovem chorando; e o diretor da boate, que ouviu a acusação ainda no local e chamou a polícia.

Daniel Alves está preso preventivamente desde o dia 20 de janeiro acusado de agressão sexual, que teria sido cometida no último dia 30 de dezembro. Uma jovem de 23 anos é quem acusa o jogador de ter forçado ato sexual e a agredido em um banheiro de uma boate, enquanto Daniel afirmou à polícia ter tido uma relação consensual. O jogador segue em uma penitenciária numa cidade vizinha à capital da Catalunha.