O Al Nassr, da Arábia Saudita, é, desde março, a casa do craque português Cristiano Ronaldo. A simples presença de CR7 já proporcionou um salto de qualidade na liga saudita, até então desconhecida dos amantes de futebol pelo mundo. Mas com Cristiano Ronaldo por lá, o mundo todo passou a ficar de olho no “Sauditão”.
A mudança do ídolo de Real Madrid e Manchester United aguçou a curiosidade mundial sobre o clube, que apesar de desconhecido do grande público, é uma das equipes mais badaladas da Ásia.
O clube sediado na capital Riad tem diversos ídolos brasileiros em sua história, possui outras estrelas em seu atual elenco e divide uma forte rivalidade com o Al Hilal, o time saudita mais tradicional.
Fundado em 1955, o Al Nassr manda seus jogos no Mrsool Park, também conhecido como Universitário do Rei Saudita, estádio que tem capacidade para 25.000 torcedores. Segundo o site FootballOrbit, o clube tem a 10ª maior torcida da Ásia.
Os títulos do Al Nassr de Cristiano Ronaldo
Em 67 anos de existência, o Al Nassr já conquistou a Liga Saudita nove vezes: 1975, 1980, 1981, 1989, 1994, 1995, 2014, 2015 e 2019. Com esses títulos, é o segundo maior campeão da competição, atrás apenas do rival Al Hilal, que ganhou 18 vezes.
Quando o assunto é a Kings Cup, a Copa do Rei, o Al Nassr está mais atrás: venceu seis vezes (1974, 1976, 1981, 1986, 1987 e 1990) e tem menos taças do que o Al Ahli, Al Ittihad e Al Hilal. Na disputa continental, o melhor rendimento foi na Champions League da Ásia de 1995, quando perdeu para o sul-coreano Ilhwa Chunma na final.
Atual plantel estrelado
O clube é presidido por Musalli Al-Muammar, ex-mandatário da liga saudita, que, de acordo com a imprensa asiática, mantém ligações estreitas com o príncipe da família real, Khalid bin Fahd bin Abdulaziz, torcedor do Al Nassr. Especula-se que tal relação explicaria o astronômico salário de Cristiano, o maior de toda a história, na casa 1 bilhão de reais por temporada.
Há anos, o clube de uniforme azul e amarelo conta com jogadores estrelados no elenco. Entre os mais conhecidos, além de CR7, destacam-se o goleiro colombiano David Ospina, o volante brasileiro Luiz Gustavo, o meia-atacante brasileiro Anderson Talisca e o centroavante camaronês Vincent Aboubakar, algoz do Brasil na fase de grupos da Copa do Mundo de 2022.
O treinador é Rudi Garcia, ex-Roma, que chegou este ano após o último trabalho ter sido duas temporadas no Lyon. Francês de país espanhóis que moravam na Andaluzia e se mudaram para a França em razão da Guerra Civil Espanhola, ele será o responsável por fazer o time com tantos bons jogadores funcionar.
Além desses nomes, outros já brilharam pela equipe de Riad. Entre os brasileiros, os ex-jogadores Denílson, Marcelinho Carioca e Paulo Nunes tiveram curtas passagens, no início deste século. Apesar desse poder de atrair grandes nomes, o Al Nassr também já teve problemas na hora de cumprir seus combinados, como no caso da saída de Marcelinho.
Brasileiros em momentos de glória
Em todos os três últimos títulos nacionais do Al Nassr, havia atletas brasileiros com protagonismo. No troféu de 2014, havia o zagueiro Rafael Bastos (ex-Bahia e Vitória) e os atacantes Everton (ex-Guarani e Ituano) e Elton (ex-Vasco e Corinthians). No ano seguinte, estavam Marquinhos Gabriel (ex-Santos e Corinthians) e Hernane Brocador (ex-Flamengo e Sport).
A última taça, porém, aconteceu em 2019. Contando com os zagueiros Maicon (ex-São Paulo e hoje no Santos) e Bruno Uvini (hoje no Grêmio) e os meio-campistas Petros (ex-São Paulo e Corinthians) e Giuliano (hoje no Corinthians).
Mundial de 2000
Vinte e três atrás, o Al Nassr disputou o Mundial de Clubes do Brasil, como campeão da Supercopa da Ásia de 1998. Pelo grupo A, perdeu para o Real Madrid na estreia, venceu o Raja Casablanca e perdeu a última rodada para o Corinthians, no Morumbi, com gols de Ricardinho e Rincón pela equipe brasileira, que se sagraria campeã diante do Vasco, no Maracanã.