Estavam em famoso time brasileiro um mês atrás e agora fazem bico pra ter o que comer

Após eliminação do time na Bezinha do Campeonato Paulista, a quarta divisão estadual, os jogadores do América-SP enfrentaram uma série de problemas, incluindo salários atrasados, promessas não cumpridas e condições precárias de higiene e alimentação.

Como resultado, alguns atletas se viram obrigados a buscar trabalho extra para sustentar suas famílias, realizando atividades como colher laranjas e lavar carros.

O meia Alex Girolli, desempregado devido à situação, passou a trabalhar na colheita de laranjas em Elisiário, uma cidade próxima a Catanduva. Ele enfatizou a dificuldade de lidar com a falta de pagamento e a necessidade de buscar bicos para sobreviver.

“Estava contando com os dias que tinha para receber, mas acabaram não me pagando. Temos responsabilidades, tenho um filho pequeno e acabei fazendo uns bicos, algumas coisas fora do futebol enquanto não aparece nada, estamos na luta. Estou fazendo bicos na roça de laranja”, disse Alex.

O atacante Yan Lima, em busca de um novo clube desde o fim da Bezinha, também relatou dificuldades relacionadas à alimentação precária, atrasos salariais e promessas não cumpridas, incluindo premiações não recebidas.

Os problemas do clube começaram a ser evidenciados há cerca de dois meses, quando torcedores tiveram que arrecadar dinheiro para cobrir despesas básicas do elenco devido à crise financeira.

Os jogadores chegaram a ameaçar não entrar em campo devido aos salários atrasados, e a torcida protestou contra a diretoria e pediu a saída do presidente após a eliminação.

No que diz respeito ao futuro do clube, o América-SP disputará a Série A4 no próximo ano, evitando o rebaixamento para a quinta divisão que será recriada em 2024. No entanto, a situação administrativa permanece incerta.

O presidente do América-SP, Luiz Donizete Prieto, afirmou que o clube não tem obrigação de pagar as passagens dos jogadores.

A situação reflete os desafios enfrentados por muitos clubes de futebol de menor porte no Brasil, especialmente nas divisões inferiores, onde problemas financeiros e estruturais são recorrentes.