A nova onda de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) faz a CBF ‘surfar’ em dinheiro em um surpresa um tanto agradável para a entidade. Os valores que a Confederação Brasileira de Futebol tem recebido são frutos de dívidas passadas dos “filiados especiais” – os clubes -, mas que têm sido pagas para transformações dessas equipes em empresa, com as pendências tendo uma redução em torno dos R$ 60 milhões.
A redução de R$ 60 milhões das dívidas dos clubes com a CBF coincide com o período em que os modelos de SAFs começaram adentrar o futebol brasileiro. A quitação desses débitos foi apontada em 2022, e ocorreu porque os clubes são obrigados a pagar suas pendências financeiras para fazerem a transição para empresa.
Dessa forma, ao término da última temporada do futebol brasileiro, a dívida que a CBF tinha para receber dos clubes filiados era de R$ 49,3 milhões. Mas no ano anterior, precisamente em 2021, essa quantia pendente era de R$ 109,9 milhões.
Tal prática da CBF emprestar dinheiro para os clubes era muito comum na gestão de Ricardo Teixeira, pois o mandatário fazia os empréstimos principalmente quando buscava apoio político. E esses débitos cresciam muito por conta dos juros.
Clubes devedores da CBF
Botafogo e Vasco da Gama deviam dívidas antigas à entidade, e ambos os clubes transformaram-se em SAFs durante o ano passado. Dessa forma, precisaram pagar os débitos que tinham com a CBF para concluir o processo de transformação em clube-empresa. Assim como tiveram também de acertar suas pendências com a Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro).
Após comprar a SAF do Botafogo, o empresário John Textor chegou a reclamar com a CBF por conta da retenção de receita do clube na Copa do Brasil. No entanto, essa retenção ocorreu para pagar dívidas antigas, e a diretoria alvinegra chegou até mandar um ofício para impedir que seu dinheiro fosse retido.
O balanço financeiro da CBF aponta que outros clubes devem para a entidade, mas não especifica quem e quanto esses devedores pagaram para a quitação da dívida. Essas pendências vêm desde a década de 1990.
Vale destacar que a CBF tem ainda direito de receber US$ 17 milhões no pagamento pela premiação da Copa do Mundo 2022. Além disso, balanço do final do ano passado apontou que a entidade máxima do futebol brasileiro acumulava, em seus cofres, R$ 888 milhões, um aumento em torno de R$ 100 milhões em comparação com o ano de 2021.