A regulamentação das casas de apostas no Brasil tem causado uma desavença entre a CBF e os grandes clubes do Rio de Janeiro e São Paulo. De acordo com o jornalista Rodrigo Mattos, do “UOL Esporte”, o motivo é “a entidade se apresentar para falar em nome dos times, a fatia do bolo destinada a cada parte e a forma de distribuição dos recursos”.
O texto da MP dos sites de apostas está quase pronto. Para seguir operando no Brasil, as casas terão que pagar impostos e uma licença no valor de R$ 30 milhões, válida por cinco anos.
De acordo com a lei 13.756/2018, que ainda não foi regulamentada, 1,63% das receitas líquidas dos sites serão repassadas aos clubes e as federações. A MP, no entanto, ainda não definiu se irá modificar esse valor.
Na última semana, a CBF se reuniu com os clubes para discutir o assunto. A entidade disse que irá pedir ao governo um aumento nesse percentual das receitas, como também pediu para ser a gestora dos recursos e ficar com 20% desse total distribuído.
A CBF protocolou o pedido ao Ministério da Fazenda, porém se apresentou como representante dos clubes brasileiros, o que causou desagrado em times como Corinthians, Santos, São Paulo, Palmeiras, Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo, que decidiram publicar uma nota em conjunto na última terça-feira (4).
“É imprescindível que os Clubes de Futebol tenham participação direta nas discussões legislativas que envolvam a regulamentação da atividade das empresas de aposta eletrônica, permitindo-se que se posicionem de forma clara e pública acerca do que entendem justo e correto no tocante à referida regulamentação, visto que ninguém está autorizado a lhes representar nesse debate. Essa última frase foi uma menção direta para a CBF. E a intenção é reunir outros times no debate“, diz parte da nota.
Já a CBF afirmou que não vai se manifestar sobre o caso e alegou que o documento enviado ao Ministério ainda se encontra em uma fase embrionária.