Depois do caso do susposto golpe financeiro com investimento emcriptomoedas envolvendo os jogadores William Bigode, Gustavo Scarpa e Mayke, outro possível golpe financeiro está sendo investigado pela Polícia Civil da Bahia, que teria sido aplicado por um editor e um repórter da Record na Bahia e teria como uma das vítimas o atacante brasileiro Anderson Talisca, que atua no All Nassr, da Arábia Saudita, ao lado do astro português Cristiano Ronaldo. Entenda!
De acordo com a polícia baiana, o golpe financeiro que teria sido praticado pelo repórter e pelo editor foi determinante para a morte da criança com câncer mostrada no Balanço Geral, da Record.
Em reportagem exibida no final de fevereiro, o programa mobilizou o público para doar dinheiro que seria revertido para o tratamento da menina, mas os valores nunca foram repassados. O ex-jogador do Bahia Anderson Talisca doou R$ 70 mil, e seus empresários serão intimados a depor sobre o caso.
Algumas vítimas já foram identificadas pelo delegado responsável e serão intimadas a prestar depoimento nos próximos dias. Pelo menos quatro casos estão sendo investigados, mas a polícia não confirma a quantidade de possíveis golpes aplicados. Estima-se que R$ 800 mil tenham sido desviados.
O caso está registrado na Delegacia de Repressão aos Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber), que começou o inquérito na última segunda-feira (13) após o caso ganhar repercussão. A Record também faz um investigação interna.
“A Delegacia de Repressão aos Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber) identificou algumas possíveis vítimas que prestarão depoimento acerca da suspeita de fraude ocorrida por meio da arrecadação de doações para pessoas em estado de vulnerabilidade social, em campanhas divulgadas em uma emissora de televisão, em Salvador”, diz a nota.
Os policiais querem saber se o desvio das doações prejudicou o tratamento da criança, resultando em sua morte, já que o apelo da mãe na reportagem era justamente levantar fundos para pagar as despesas médicas.
Se ficar comprovado que o golpe teve ligação com a morte, o caso passará a ser tratado também como homicídio. Por enquanto, a investigação é de estelionato digital, cuja pena vai de um a cinco anos.
“Inicialmente, o caso está sendo apurado como estelionato por meio eletrônico. Uma vez comprovado o desvio dos valores, também será apurada a possibilidade da influência da ausência dos recursos para a inviabilidade do tratamento, o agravamento da doença, ou ainda a morte de uma criança, à qual uma das campanhas era direcionada”, afirma a polícia.
Por fim, os policiais afirmam que vão chamar para prestar depoimento o estafe do jogador Anderson Talisca, ex-Bahia e atualmente colega de Cristiano Ronaldo no Al-Nassr, da Árabia Saudita. O delegado deseja averiguar se as doações de Talisca chegaram à destinatária ou foram desviadas pelo repórter que intermediou o apelo.
“Representantes de um jogador de futebol, que também teria doado um valor por meio do pix, estão entre as pessoas que serão ouvidas na unidade especializada”, completa a nota da policial. A Polícia Civil da Bahia ainda não tem previsão de quando vai ouvir os suspeitos do golpe.
O caso do golpe do Pix na Record
O esquema envolvia pelo menos um repórter e um editor, que foi demitido no último final de semana. A emissora exibia casos dramáticos, como o de uma menina com câncer, e pedia doações para um pix da produção do Balanço Geral. O dinheiro, no entanto, não ia parar nas mãos de quem precisava.
O caso foi descoberto por José Eduardo Bocão, apresentador do programa. Ele disse que se sente traído e cogitou se aposentar da televisão após descobrir o caso, mas decidiu se manter no ar.
“A decepção é gigante. Sempre trabalhei com a verdade, com a justiça social, com as pessoas. Na minha vida, eu vim para uma missão. Essa missão eu encontrei na Record. Centenas e centenas de pessoas eu dei a mão, eu ajudei com a RecordTV Itapoan e São Paulo. Já vai para 16 anos aqui dentro. Você acha que vou deixar isso acabar por causa de ladrão?”, afirma o apresentador.