Marcelo é dono de outro clube no Brasil. Como fica?

Com a volta ao Fluminense e, consequentemente, ao futebol brasileiro, o lateral-esquerdo Marcelo ganhou, digamos, um “problema” para resolver. As aspas se devem ao fato de ser um problema que provavelmente todos nós gostaríamos de ter. Ele tem prazo para definir se voltará a ser investidor do Azuriz ou não. Entenda!

No momento, Marcelo não está mais entre os sócios do Azuriz em decorrência de uma operação que foi concluída em janeiro. O jogador tinha 10% da S/A e tem até o fim de junho para se manifestar, dizendo se quer retomar sua porcentagem no clube.

A diretoria atual do Azuriz é composta pelo presidente Nelson Ramos, pelo vice-presidente Robson Ramos e pelo coordenador metodológico Eliéser Livinalli. Os acionistas locais do Azuriz formaram uma Holding em 2018, depois da captação inicial de investimentos para o clube, a Azuriz Jay.

No grupo que entrou na holding estava a LifePro, empresa com base no Rio e em Madrid que geria a carreira de Marcelo, além da empresa do próprio jogador. Houve movimentos dos executivos ligados a Marcelo e à LifePro de fazer com que a holding comprasse um outro clube no Brasil, o Santa Cruz.

A holding já tinha passado pela experiência frustrada na tentativa de adquirir o Mafra, de Portugal.

Então, os acionistas paranaenses e majoritários decidiram sair da holding e exercer a opção de compra da fatia que pertencia aos outros sócios para se concentrar na gestão do Azuriz. Foi um jeito de se manterem em um investimento considerado por eles mais seguro.

A situação de Marcelo

Marcelo foi o primeiro investidor captado pelos fundadores do Azuriz e injetou dinheiro no projeto. Ele foi visitado na Espanha e topou. O jogador nunca visitou a estrutura do clube pessoalmente, mas enviava representantes, como o seu atual empresário e cunhado, Caio Alves. A diretoria do Azuriz não estava sabendo da negociação entre Marcelo e Fluminense, até o anúncio oficial.

Se Marcelo decidir retornar, não pagará nada por isso. Se sair, terá direito a uma compensação. O dinheiro a que o jogador tem direito está “congelado” e não foi pago pelos acionistas durante a mudança do quadro societário de janeiro.

Os acionistas locais querem o retorno de Marcelo porque entendem que ele pode agregar em termos de imagem e ser uma inspiração para os jogadores. A relação entre as partes é boa. A estimativa dos administradores do Azuriz é que o clube dê retorno financeiro aos sócios em 2024 ou 2025, com a venda de jogadores formados na base desde 2017, quando a operação começou.

O lateral-esquerdo Jamerson é um dos jogadores com os quais o clube espera faturar. Ele está no Guarani, foi destaque na Série B e tem 50% dos direitos ligados ao clube paranaense. A diretoria do Azuriz calcula ter cerca de 40 atletas emprestados ou cedidos a outros clubes, que podem servir de vitrine para negociações futuras.

O Azuriz também tem recebido visitas de potenciais investidores estrangeiros, que querem entrar no futebol brasileiro por meio da criação de uma SAF.