A Fifa já havia anunciado recentemente e replicado pelo PORTAL DOS TIMES mudanças drásticas no formato de disputa e no número de clubes participantes da Copa do Mundo. E na semana passada a mandatária do futebol mundial também anunciou a criação de um novo e maior Mundial de Clubes, a ser disputado a cada quatro anos — sempre no ano prévio à Copa do Mundo de seleções — por 32 times. A primeira edição será em 2025, e ainda não há sede definida. É natural que ocorra nos EUA e/ou México e Canadá, sedes da próxima Copa do Mundo.
Mas o novo Mundial de Clubes ainda tem mais perguntas do que respostas. Veja quais são elas:
Trata-se de um incremento a uma ideia que já havia sido aprovada, mas que foi derrubada pela pandemia da Covid-19. Um novo Mundial de Clubes, com 24 times, deveria ter ocorrido em junho de 2021 na China. Mas essa janela do calendário acabou ocupada por Euro e Copa América, que deveriam ter ocorrido em 2020 e foram adiadas em um ano pela pandemia.
Quem vai jogar esse novo Mundial?
Essa é a maior das perguntas ainda sem respostas. Em março de 2020, quando a pandemia estourou, estavam prestes a ocorrer essas definições sobre aquele Mundial, o de 24 times.
Lá atrás, a Fifa havia designado seis vagas para a América do Sul. Mas essa divisão de vagas por continente ainda não existe para o Mundial de 32 times.
A Conmebol agora pretende pedir oito lugares. A Fifa trabalha com a ideia de dar 12 vagas para a Europa. Mas ainda não há conversas nem com as confederações continentais, nem com a ECA (Associação de Clubes Europeus na sigla em inglês), que tem peso nessas negociações.
Além de definir o número de vagas, é preciso estabelecer critérios para escolher quem vai ocupar essas vagas. Aí está a maior dor de cabeça para as confederações continentais.
Esse quebra-cabeça é complexo. Porque no período de quatro anos entre cada edição do novo Mundial de Clubes pode haver múltiplas combinações de resultados nos torneios continentais – e fica difícil definir um critério que não gere reclamações.
No caso da América do Sul, quem se classificaria? Os campeões e os vices da Libertadores? E se houver campeões repetidos no período? Iriam os vices? Ainda não há respostas.
Em 2020, havia divergências entre Fifa e Conmebol/Uefa. A Fifa queria que os classificados chegassem ao Mundial via Copa Libertadores e Champions League, para garantir os melhores times no torneio. As confederações continentais até topavam, mas queriam algumas vagas via Copa Sul-Americana e Liga Europa — seria uma maneira de “bombar” suas competições menos prestigiadas.
A Conmebol chegou a cogitar a criação de um torneio específico para servir como classificação ao Mundial, mas essa ideia hoje está 100% descartada por falta de datas disponíveis no calendário.
E a volta da Intercontinental?
No pacote de ações em conjunto entre Conmebol e Uefa existe a ideia de ressuscitar a Copa Intercontinental, que entre 1960 e 2004 era disputada entre os campeões da Champions League e da Copa Libertadores. Mas não há um plano mais concreto, por dificuldade de calendário.
A união Conmebol-Uefa já resultou na abertura de um escritório conjunto em Londres e na realização da Finalíssima – entre os campeões de Copa América e Euro – e no Intercontinental Sub-20. A primeira edição deste torneio foi disputada em Montevidéu, entre Peñarol e Benfica.