O Mirassol conquistou o título do Campeonato Brasileiro da Série C no último fim de semana. A campanha ficou marcada pela boa gestão da diretoria e pelo fato de o clube não demitir um treinador há mais de dez anos.
A última vez que um profissional foi despedido do comando do Terror do Interior foi em março de 2010. O técnico na ocasião era Pintado, que não resistiu aos resultados ruins no Campeonato Paulista. Desde então, seis treinadores passaram pelo Mirassol, mas nenhum foi demitido.
Ivan Baitello (2011 a 2013), Luiz Carlos Martins (2014), Evaristo Piza (2015), Moisés Egert (2016 a 2019), Roberto Catalá (2019, 2020 e 2022) e Eduardo Baptista (2020 e 2022) deixaram o clube ou porque o contrato chegou ao fim ou porque recebeu uma proposta de outra equipe.
“Nós temos por norma sempre prestigiar os nossos técnicos. Inclusive, já tivemos situação de rebaixamento em que nós mantivemos o nosso técnico até o fim do campeonato. É muito cômodo para uma diretoria jogar a responsabilidade numa cabeça só, no técnico, e achamos isso uma covardia“, disse Edson Ermenegildo, presidente do Mirassol, em entrevista ao “ge”.
Ricardo Catalá, responsável por dirigir a equipe ao acesso a Série B do Brasileirão, elogiou a filosofia de dar tempo ao profissional.
“Dá a tranquilidade de você saber que nem tudo precisa ser feito só pelo resultado. Você pode ajudar a instituição a se desenvolver e pode se desenvolver. É a tranquilidade de saber que o olhar tem uma visão mais global”, afirmou.
Esse foi o segundo título nacional do Mirassol. Em 2020, a equipe conquistou o Brasileirão da Série D, mesmo ano em que atingiu a terceira colocação no Campeonato Paulista.