O ex-técnico do Atlético-MG, Turco Mohamed, não poupou criticas ao ambiente de trabalho do clube mineiro e apontou o pouco tempo que os técnicos tem para trabalhar.
Durante entrevista à ESPN Argentina, concedida nesta segunda-feira (15), o profissional também criticou a torcida nas redes sociais, onde vários pediam o retorno de Cuca, que hoje é o atual comandante da equipe.
“As decisões tomam os donos. E quando se tomam essas decisões temos que respeitá-las. Nós acreditamos também que foi muito gerado pelas redes sociais, porque queriam outro treinador, queriam a volta do Cuca. Quando o time jogava mal, sempre a culpa era nossa. Nesse caso, nunca se levava em conta o rendimento dos jogadores. Sabíamos que ia ser assim, que ia ser uma etapa difícil, um momento de transição quando a equipe jogava mal”, afirmou o argentino.
Apesar disso, elogiou bastante a estrutura do Galo e também relatou que a sua saída do clube não foi pela ‘porta dos fundos’.
“O clube é de primeiro nível, como os clubes mexicanos e europeus. Como aqui na Argentina alguns clubes estão se colocando também nesse nível com o prédio, com o almoço, o café da manhã. A verdade é que a gente do clube se portou 1000%. Não 100%. Foi 1000%. Queria agradecer isso. Porque eles vieram à minha casa na semana que fomos embora, fizemos uma comida e vieram à minha casa se despedir. Foi muito lindo, muito emocionante”, disse.
Por outro lado, o técnico detonou o modelo de avaliação das diretorias em cima dos treinadores e que toda a pressão recai sobre o profissional.
“Se você está a cinco pontos da liderança, se espera. Na Espanha, se o Real Madrid está a cinco pontos, se diz que falta um montão. Aqui está a cinco pontos (do líder) e é como se fosse um fiasco. Então, toda essa pressão cai em cima do treinador. Toda semana trocam dois treinadores. Toda semana! Esta semana caiu o do Ceará. (E fez uma boa série contra o São Paulo na Copa Sul-Americana)”, comentou.
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O treinador foi desligado do comando do Galo no dia 22/07, após maus resultados no Brasileirão somado a eliminação na Copa do Brasil. Desde então está em clube.
“Vou esperar um pouquinho. Até dezembro, depois vem a Copa, quero ver a Copa do Mundo tranquilo na tevê, sentado. Não vou (ao Catar) assistir. Em janeiro, vamos ver. Gostaria de estar aqui por perto, não tenho vontade de ir embora de novo (da Argentina)”, finalizou.