Textor deve desembolsar R$ 46 milhões por treinador português

Em 2023, Bruno Lage assumiu o comando do Botafogo, mas sua passagem foi breve e tumultuada. Após menos de três meses, o treinador português foi demitido, e agora está envolvido em uma disputa judicial com John Textor, empresário americano e dono da holding Eagle. O caso gira em torno de um contrato que prometia a Lage uma oportunidade em outros clubes de Textor, como o Lyon ou o Crystal Palace.

O contrato, assinado logo após a chegada de Lage ao Botafogo, estipulava que, se não houvesse uma proposta concreta de um dos clubes até abril de 2024, Textor deveria pagar uma compensação financeira ao treinador. Com a falta de ofertas, Lage agora busca na Justiça inglesa o valor acordado, que soma 6 milhões de libras, incluindo juros e custos adicionais.

Condições do contrato entre Bruno Lage e John Textor

O acordo entre Bruno Lage e John Textor previa que o treinador teria a chance de comandar o Lyon ou o Crystal Palace entre janeiro e abril de 2024. A oferta deveria ser de pelo menos duas temporadas, com um salário anual de 2,75 milhões de libras, livres de impostos. Caso a proposta não se concretizasse, Textor teria que arcar com o valor total do contrato.

Por outro lado, o contrato também estipulava que, se Lage assumisse um time fora do grupo multiclubes de Textor nesse período, ele deveria pagar uma multa de 2,75 milhões de libras. Após sua demissão do Botafogo, Lage ficou sem clube até setembro de 2024, quando assumiu o Benfica, onde permanece até hoje.

Durante o período estipulado no contrato, o Crystal Palace passou por uma mudança de treinador. Em fevereiro de 2024, Oliver Glasner foi contratado para substituir Roy Hodgson. Já o Lyon, que tinha Pierre Sage como técnico interino, efetivou-o em julho de 2024, mas ele foi demitido em janeiro de 2025. Apesar dessas movimentações, nenhuma proposta foi feita a Lage.

A Eagle, holding de Textor, reconheceu a existência do processo, mas afirma que Lage não tem direito aos valores reivindicados. A empresa está disposta a defender-se vigorosamente na Justiça e buscar recuperar os custos do processo.

Bruno Lage chegou ao Botafogo em um momento de liderança no Brasileirão, mas sua trajetória foi marcada por instabilidade. Sob seu comando, o time teve um desempenho irregular, com cinco vitórias, sete empates e quatro derrotas. Após uma derrota para o Flamengo, Lage chegou a oferecer sua demissão, mas foi convencido a ficar.

Em outubro de 2023, uma decisão controversa de barrar Tiquinho Soares em um jogo contra o Goiás gerou descontentamento entre jogadores e torcedores. O empate por 1 a 1 foi o estopim para sua demissão no dia seguinte.

Em nota, a Eagle Football declarou que a ação judicial movida por Bruno Lage se refere a uma interpretação de um acordo histórico entre as partes. A holding afirma que Lage não tem direito aos valores reivindicados e que defenderá sua posição vigorosamente. A Eagle também expressou surpresa pelo fato de Lage se sentir prejudicado, já que ele se afastou do Botafogo, um dos clubes da holding.