No último sábado, Rodri marcou o gol mais importante na história do Manchester City, que lhes deu sua primeira Champions na final em Istambul. Ontem (15), na semifinal da Nations League contra a Itália, ele foi eleito o melhor jogador da partida e confirmou o que todo mundo já previa: ele está destinado a ser o novo líder da seleção espanhola, preenchendo o vazio deixado por Sergio Busquets com sua renúncia.
“Estou aqui há algum tempo, em um ponto de maturidade futebolística, onde posso transmitir isso, para os jovens que estão começando e pisando em grandes palcos. Quero emergir como uma figura em que eles possam se apoiar, possam sentir tranquilidade, e você deve transmitir isso dentro e fora de campo.”
“Temos três dias agora para trabalhar a parte mental”, afirmou logo após o jogo contra os italianos. Ele foi um dos melhores em campo. Quase todas as jogadas ofensivas começaram com seus pés e ele esteve onipresente tanto no ataque quanto na defesa, onde é peça-chave para De la Fuente.
Moldado por Pep Guardiola, Rodri, como bons jogadores, faz seus companheiros jogarem melhor. Ele joga e trabalha para que os outros brilhem, mesmo que em alguns dias ele precise ser o centro das atenções. Mas seu estilo de liderança é tranquilo, sem exageros, ele é a extensão de seus treinadores no campo, que veem nele um jogador de grande qualidade e o termômetro para saber se a equipe está no caminho certo ou não.
Além disso, ele está jogando com um nível de confiança espetacular e ontem, contra a Itália, ele até se atreveu a tentar um voleio acrobático após dominar a bola no peito, que teria sido o gol da Nations League. Foi por pouco acima do gol. No lance do gol, foi ele quem finalizou em direção ao gol, porque quando você dá espaço para Rodri, ele arrisca o chute. Seu gol com a parte interna e curva na final da Champions é o melhor exemplo disso.
Há algum tempo ele é indispensável para a seleção, mas ele não ficou satisfeito com sua atuação na última Copa do Mundo no Catar. Luis Enrique o fez jogar como zagueiro e ele não se sentiu confortável, pois essa não é sua posição. Foi uma decisão revolucionária, na qual o treinador asturiano buscava ter uma boa saída de bola desde a defesa.
Com suas condições físicas e técnicas, Rodri pode jogar perfeitamente nessa posição, mas a Espanha o perdeu como meio-campista, onde ele está se revelando um dos melhores do mundo, como Guardiola mesmo disse a ele no intervalo em Istambul, para reagir após um primeiro tempo ruim.
Rodri está de festa em festa. A do City pelo triplete foi enorme e ontem também houve alegria no vestiário da Espanha por estarem novamente em uma final. “Estamos a um jogo de ganhar, de fazer algo histórico. As oportunidades são para serem aproveitadas. Temos que comemorar sabendo que ainda não conquistamos nada”, disse depois da partida.
O meio-campista alerta que não terão vida fácil na final de domingo contra uma Croácia que parece ter sempre mil vidas. Modric e companhia são incansáveis e uma equipe com uma capacidade de luta espetacular. “Seu gene competitivo é incrível. Eles nunca desistem. Vimos isso ontem e contra nós na Euro. É uma virtude que eles possuem.”