Desde que Tite anunciou que deixaria o comando da seleção brasileira após a Copa do Mundo – e isso ocrreu bem antes da disputa do Mundial -, uma discussão não deixa de ser pauta nas mesas redondas da imprensa brasileira: a CBF deve ou não quebrar o paradigma e contratar um técnico estrangeiro para conduzir os rumos da seleção canarinho?
Muitos defendem que uma nova filosofia de trabalho, proposta por um treinador estrangeiro seria algo fundamental para a evolução do futebol brasileiro neste momento, considerando que o Brasil não vence uma Copa do Mundo há 20 anos – o pentacampeonato em 2002.
Outros acreditam que o país tem bons nomes para comandar a seleção brasileira e escolher um gringo para treiná-la seria um desprestígio aos treinadores brasileiros que, mal ou bem, são os responsáveis pelas conquistas dos cinco títulos mundiais da seleção brasileira, a maior vencedora do mundo.
Gringo ou brasileiro? Quem deve treinar a seleção?
Mas parece que o novo fracasso da seleção brasileira em Copas do Mundo mudou a percepção sobre a possibilidade do Brasil ter técnico estrangeiro. Pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 19 e 20 de dezembro com 2.226 pessoas, mostrou que a rejeição a treinador estrangeiro diminuiu.
Em julho, apenas 30% dos ouvidos eram favoráveis. Agora, 41% apoiam a chegada de treinador estrangeiro para substituir Tite. Mas a maioria (48%) prefere técnico brasileiro. O restante da pesquisa apontou que 6% são indiferentes e 5% não souberam responder.
Todos ouvidos peloa Datafolha têm 16 anos ou mais. Entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, a aceitação é maior, com 46% favoráveis e 46% contrários.
Entre os mais velhos, de 60 anos para cima, a opção por estrangeiro cai para 32%. Mais da metade (55%) são contrários à ideia.
Depois de seis anos e duas Copas do Mundo com Tite, a seleção brasileira ainda não tem treinador. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, vai escolher o novo técnico a partir de janeiro.
Vários nomes já foram especulados pela imprensa estrangeira, entre eles nomes de peso como o italiano Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid, o português José Mourinho, da Roma, e o francês Zinedine Zidane, hoje sem clube.
No futebol brasileiro, o estrangeiro que é cotado é o português Abel Ferreira, de trajetória vitoriosa no Palmeiras. Brasileiros como Fernando Diniz, do Fluminense, Mano Menezes, do Internacional, Dorival Junior, ex-Flamengo, são algumas das possibilidades no cenário interno.