Cinco ministros europeus divulgaram um comunicado conjunto nesta quarta-feira, pedindo uma solução rápida para a falta de acordo sobre a transmissão da Copa do Mundo Feminina (de 20 de junho a 20 de julho na Austrália e na Nova Zelândia). “Devido ao grande potencial desta competição e aos desafios esportivos e sociais associados a ela, consideramos nosso dever mobilizar plenamente todas as partes interessadas para que possam encontrar rapidamente uma solução”, alegam os ministros franceses, alemães, italianos, espanhóis e britânicos neste texto publicado em Paris.
Esses ministros afirmam que estão “conscientes dos interesses legítimos e das restrições orçamentárias que pesam tanto sobre os detentores dos direitos quanto sobre as emissoras independentes, que precisam de modelos econômicos viáveis”, e reconhecem também “as restrições de organização que provavelmente afetam o valor de mercado dos direitos para as emissoras europeias”, referindo-se ao período e horário das transmissões.
Questionada na quarta-feira sobre o assunto no France 2, a ministra francesa do Esporte, Amélie Oudéa-Castéra, afirmou que “a FIFA provavelmente terá que ser menos gananciosa e lembrar que existem obstáculos relacionados ao tempo”. A Copa do Mundo Feminina está sendo realizada neste verão na Austrália e na Nova Zelândia, que têm uma diferença de fuso horário significativa em relação à Europa.
“A exposição midiática do esporte feminino tem um impacto muito significativo no desenvolvimento da prática esportiva entre mulheres e meninas”, também escrevem Nancy Faeser (Alemanha), Miquel Iceta (Espanha), Andrea Abodi (Itália), Lucie Frazer (Reino Unido) e Amélie Oudéa-Castéra.
Em uma entrevista recente à AFP, a secretária-geral da FIFA, Fatma Samoura, pediu às redes de televisão, algumas relutantes na Europa em transmitir a Copa do Mundo Feminina, que “promovam” esta competição “a um preço justo”.
“Se as ofertas continuarem sendo injustas (para as mulheres e o futebol feminino), seremos obrigados a não transmitir a Copa do Mundo Feminina da FIFA nos cinco principais países europeus”, ameaçou o presidente da entidade, Gianni Infantino, no início de maio no Instagram.