O futebol é uma paixão universal que transcende fronteiras, idiomas e culturas. Um dos elementos mais icônicos desse esporte são os mascotes dos clubes, que se tornou um símbolo querido pelos torcedores.
Cada mascote tem uma história única e uma conexão profunda com a identidade do clube. Neste artigo, exploraremos os mascotes mais famosos do futebol brasileiro, suas origens e o significado que eles têm para os fãs.
O Galo do Atlético-MG: Uma Identidade Forte
O Atlético Mineiro, também conhecido como “Galo,” possui um dos mascotes mais emblemáticos do Brasil. A figura do galo representa a imponência e a raça dos galos de briga.
O mascote, criado pelo cartunista Fernando ‘Mangabeira’ Pierucetti nos anos 1930, personifica a ideia de “nunca se entregar e lutar até o fim,” como destacou o autor.
A relação entre o clube e o galo tornou-se tão forte que o símbolo aparece até mesmo no hino do Atlético-MG, escrito por Vicente Motta em 1969, que exalta o “Galo Forte Vingador.”
O Leão do Avaí: Bravura e Determinação
No sul do Brasil, o Avaí é conhecido como o “Leão da Ressacada” ou o “Leão da Ilha.” A história do mascote está relacionada a um locutor de rádio, Olímpio, que exaltou a bravura da equipe como a de um leão. E
ssa locução ocorreu em uma vitória contra o Figueirense, rival do Avaí, e desde então, o Leão tornou-se o símbolo da equipe. Esse mascote representa a tenacidade e a força do Avaí na busca por vitórias.
O Bahia e o Super-Homem: Um Símbolo de Aço entre os mascotes
O Bahia, um dos clubes mais tradicionais do nordeste brasileiro, escolheu o Super-Homem, da DC Comics, como seu mascote. Essa escolha está relacionada à alcunha do clube, o “Esquadrão de Aço,” que faz referência ao Homem de Aço, personagem original.
O Super-Homem representa a força e a coragem do Bahia, bem como sua luta contra o racismo. Além disso, o clube criou a mascote feminina “Lindona da Bahêa,” uma versão da Mulher-Maravilha, para representar a luta contra o preconceito racial. Esses são os mascotes.
Botafogo: Do Manequinho ao Cachorro Biriba
O Botafogo, um dos clubes mais antigos do Brasil, tem uma história rica relacionada a mascotes. Seu mascote oficial é o irreverente Manequinho, uma imagem de um menino urinando instalada no bairro de Botafogo.
A escolha do Manequinho como mascote foi espontânea, após a torcida comemorar um título estadual em 1957.
Antes disso, o Botafogo já foi associado ao Pato Donald, desenhado pelo cartunista argentino Lorenzo Mollas, que era famoso por suas reclamações, algo que os torcedores do Botafogo também faziam.
Outro mascote querido é o cachorro Biriba, que se tornou símbolo máximo da “cachorrada,” como a torcida do Botafogo é conhecida.
Chapecoense: O Índio Guerreiro de Condá
A Chapecoense tem como mascote a figura de um índio guerreiro, que também empresta o nome à Arena Índio Condá. Esse mascote representa a cidade de Chapecó e a importância do cacique Victorino Condá na manutenção da ordem das aldeias na região sul do Brasil durante o século XIX. Apesar de algumas controvérsias, a figura de Condá é um símbolo de orgulho para Chapecó.
Cruzeiro: A Raposa Astuta de Mangabeira
O Cruzeiro escolheu a raposa como seu mascote, um animal conhecido por sua astúcia. Essa escolha foi inspirada pelo cartunista Mangabeira em 1945 e pela reputação do presidente cruzeirense, Mário Grosso, que tinha fama de ser astuto nas contratações de jogadores, especialmente em relação ao arquirrival, o Atlético-MG. O mascote “Raposão” até mesmo se aventurou em esportes radicais, como tirolesa e rapel, para animar os torcedores.
Figueirense: Do Figueirinha ao Furacão
O Figueirense tem uma história curiosa relacionada a mascotes. Por muito tempo, utilizou a árvore antropomorfizada “Figueirinha” como mascote. No entanto, em 2012, o clube adotou o Furacão como mascote oficial. Essa mudança foi inspirada no próprio hino do clube, que destacava a expressão “Avante, Figueirense! Para frente, Furacão!”.
Flamengo: O Urubu da Resistência
O Flamengo é conhecido pelo Urubu, um mascote que se originou de provocações racistas e sociais. Inicialmente, os torcedores do Flamengo eram chamados de “urubus” em tom pejorativo.
Em 1969, um grupo de torcedores rubro-negros decidiu abraçar o apelido e soltou um urubu no Maracanã antes de uma partida contra o Botafogo.
O urubu acabou pousando no centro do gramado, e o Flamengo venceu o jogo, encerrando um jejum de quatro anos. Esse mascote representa a luta e a resistência do clube contra as provocações.
Fluminense: os mascotes Cartola Elegante e o Guerreiro
O Fluminense tem como mascote a figura de um cartola, que representa a elite tricolor. Essa escolha foi inspirada na criação do cartunista argentino Mollas em 1943.
Recentemente, o clube tentou repaginar a imagem do cartola com o “Cartolinha Guerreiro,” personagem equipado como um gladiador romano, em referência ao famoso cântico da torcida tricolor: “Time de guerreiros.”
Goiás: O Verde e o Periquito
O Goiás, devido ao verde característico de seu uniforme, escolheu o periquito como seu mascote. Essa escolha é semelhante à do Palmeiras, que também adotou o periquito devido à cor verde do uniforme.
Grêmio: Os Mosqueteiros de Porto Alegre
O Grêmio tem como mascote os mosqueteiros, uma escolha que reflete a bravura e a sedução, de acordo com a história do cartunista Pompeo. Os mosqueteiros eram uma metáfora para a competição da época, e a torcida do Grêmio adotou o símbolo com entusiasmo.
Internacional: Do Negrinho ao Saci-Pererê
O Internacional tem dois mascotes notáveis. O primeiro foi o “Negrinho,” um personagem dos jornais esportivos dos anos 50 que representava a conexão do clube com todas as camadas da população.
Posteriormente, o clube adotou o Saci-Pererê, um dos personagens mais famosos do folclore brasileiro. Essa escolha reflete a relação do clube com o povo brasileiro e suas raízes culturais.
Joinville: Jack, o Coelho
O Joinville escolheu o coelho, representado por Jack, como seu mascote. Essa figura adorável é bastante presente no clube e tem o objetivo de tornar o coelho catarinense tão famoso quanto o coelho mineiro, símbolo do América-MG.
Palmeiras: Do Periquito ao Porco
O Palmeiras é conhecido pelo porco como mascote, mas essa escolha não foi inicialmente bem-recebida pelos torcedores.
Em 1969, após um incidente com o Corinthians, os palmeirenses adotaram o apelido de “porco” como vingança, e a mascote se tornou um símbolo de orgulho. Antes disso, o clube também teve o periquito como mascote devido à cor verde do uniforme.
Ponte Preta: A Macaca e a Luta Contra o Racismo
A Ponte Preta tem a macaca como mascote, uma escolha que remonta a uma provocação racista por parte da torcida do Guarani, que chamava os ponte-pretanos de “macacos” devido à política inclusiva do clube.
A Ponte Preta sempre se orgulhou de sua postura contra o preconceito racial, tanto em seus elencos quanto em sua diretoria.
Santos: A Orca das Águas Profundas
O Santos é conhecido como o “Peixe,” mas seu mascote é uma baleia orca. Essa escolha não está relacionada à biologia, mas sim ao instinto predatório da orca. O mascote representa a ideia de que o Santos é um “devastador de rivais” nos campos de futebol.
São Paulo: O Santo Paulo do Morumbi
O São Paulo FC tem como mascote o “Santo Paulo,” uma figura que representa a benção divina e a identidade do clube. Criado na década de 1940, o Santo Paulo é um dos poucos mascotes que não sofreram alterações ao longo dos anos.
Sport: Leo, o Leão do Norte
O Sport Recife, vencedor do Troféu Leão do Norte em 1919, adotou o leão como mascote, representado por Leo. Essa escolha foi motivo de orgulho para o clube e reflete sua conexão com todas as camadas da população pernambucana.
Vasco da Gama: O Almirante e o Bacalhau
O Vasco da Gama escolheu o Almirante como mascote, uma figura inspirada no famoso navegador português Vasco da Gama.
O mascote se tornou um símbolo do clube e, posteriormente, foi apelidado de “Bacalhau” pelo cartunista Henfil. Hoje, o clube mantém o apelido “Bacalhau” para um simpático gatinho, personagem do Vasco Kids.
Esses mascotes representam não apenas os clubes, mas também a cultura, história e paixão dos torcedores. Eles são símbolos que unem as pessoas e fortalecem a identidade de seus times de coração, tornando o futebol uma experiência emocional e inesquecível para todos os envolvidos.