John Textor não aguenta mais e perde a linha com os milhões da Arábia Saudita

O mundo do futebol, seja na Europa ou na América do Sul, está a enfrentar o efeito avassalador dos investimentos milionários vindos da Arábia Saudita. Esses aportes financeiros no esporte não estão sendo bem recebidos por grandes personalidades, e críticas são levantadas a respeito da postura adotada pelos clubes sauditas no mercado de transferências.

Um dos opositores dessas operações é o empresário norte-americano John Textor, dono do Olympique de Lyon (França), Crystal Palace (Inglaterra) e Botafogo (Brasil). Ele destaca a atuação agressiva dos clubes árabes no mercado e usa o termo “assedio” para se referir às tentativas de contratação de seus jogadores e treinadores.

A expansão dos clubes sauditas

Atualmente, os clubes mais poderosos da Arábia Saudita estão importando talentos do mundo todo, o que tem enfurecido personalidades como Textor. Ele relatou em entrevista ao Canal do TF como essa estratégia tem afetado suas próprias equipes.

“Os sauditas vão atrás de tudo. Eles querem meu melhor jogador no Lyon, querem meu melhor jogador no Crystal Palace, querem os melhores jogadores e meu treinador no Botafogo (Luís Castro). Eles têm uma estratégia de comprar tudo. Vamos ver o que vai acontecer não apenas com o Botafogo, mas com o mundo do futebol”.

Textor também mencionou o caso específico do treinador português Luís Castro, atual comandante do Botafogo, que recebeu uma proposta milionária do Al Nassr, clube onde atua Cristiano Ronaldo: “Conversei com ele e concordamos em não falar sobre isso até depois do jogo contra o Palmeiras (vitória do Botafogo por 1-0). Ele tem uma proposta, as pessoas na Arábia Saudita estão tentando controlar o mundo do futebol com dinheiro, é muito tentador. É uma decisão difícil”, declarou o dono do clube brasileiro.

Posição de Castro e futuro no Botafogo

Após a partida contra o Palmeiras, o próprio Luís Castro falou sobre sua situação contratual e o interesse saudita: “Minha situação contratual é a mesma desde o primeiro dia em que cheguei ao Botafogo. Há uma cláusula no contrato que diz que para eu sair, o outro clube terá que pagar minha multa ou, se me demitirem, terão que pagar o que deve até o final do ano”.

Diante do aumento dos investimentos sauditas no futebol e da onda de contratações milionárias, clubes e treinadores de todo o mundo precisam tomar decisões importantes sobre o futuro de suas carreiras e o impacto desses valores no esporte como um todo. Este cenário deixa uma incerteza quanto ao futuro do futebol mundial, que passa por um processo de reestruturação financeira impulsionada pela entrada massiva de capital vindo da Arábia Saudita.