Na última sexta-feira (8), o atacante Endrick, grande promessa do Palmeiras, anunciou a nova parceria com a Neosaldina, chegando para o desafio como embaixador. A marca da Hypera Farma já chamava atenção por ser dona da Neo Química, patrocinadora do Corinthians. No entanto, para a surpresa dos torcedores, a droga é vista como doping pela Agência Mundial Antidoping (Wada).
A notícia dividiu opiniões nas redes sociais, especialmente por ser um assunto que pode prejudicar o jogador em importante fase. O isometepteno, uma das substâncias presentes na Neosaldina, faz parte da página 14 sobre as substâncias que são proibidas pela entidade responsável pelo controle antidoping no futebol mundial. A matéria é citada no item S6 B.
“O Endrick deve ter recebido convite da indústria farmacêutica, só que não se atentaram para essa situação. O isometepteno pode gerar resultado adverso. Houve falta de conhecimento da matéria. Devem ter feito contrato, mas não viram se estava certo ou não”, afirmou Thomaz Mattos de Paiva, advogado especialista em doping.
Endrick pode enfrentar processo sobre o caso
De acordo com o advogado, mesmo que tenha revelado certa ingenuidade por parte dos representantes de Endrick, o jogador ainda pode correr o risco de enfrentar alguma punição, levando em consideração que a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) ainda pode abrir um processo sobre a situação. A ação do atleta pode surgir como um desconhecimento sobre o tema.
“Não vejo como incentivo [ao uso de doping], vejo como desconhecimento. A assessoria dele poderia ter se aprofundado mais. Às vezes, se preocupou mais com o marketing do que com essa situação. Há um risco eventual. Não considero incentivo, mas pode ser enquadrado em algum dispositivo da regra”, analisou Paiva. O jogador está vendido ao Real Madrid, mas segue no Palmeiras até completar 18 anos.