Em que posições ficam os clubes brasileiros entre os mais ricos do mundo?

O investimento nos clubes brasileiros e no futebol, em geral, tem aumentado significativamente nos últimos anos. Prova disso é a valorização na premiação das principais competições nacionais, como os campeonatos brasileiros e a Copa do Brasil. Nesse sentido, clubes mais organizados internamente conseguiram também elevar seu patamar financeiro, se tornando verdadeiras potências do futebol mundial, como Flamengo e Palmeiras, por exemplo.

O Flamengo, ao divulgar seu resultado financeiro de 2022, exaltou o fato de ter fechado o ano com mais de R$ 1 bilhão em receitas sem considerar a venda de jogadores na soma. Nos cálculos rubro-negros, isso colocou o clube em posição para entrar no ranking das equipes mais ricas do mundo, dominado pelas potências da Europa. Mas e o Palmeiras, que rivaliza nas finanças com os cariocas no cenário nacional, também teria lugar nessa lista? Confira!

Veja posição de clubes brasileiros no ranking de mais ricos do mundo

O ranking em questão é elaborado anualmente pela consultoria Deloitte, no relatório “Football Money League” (liga do dinheiro do futebol, em tradução livre). Em 2023, o estudo foi publicado em janeiro, com as contas da temporada 2021/22 dos europeus e antes de que todos os clubes brasileiros tivessem fechado seus resultados, que começam a ser divulgados agora em abril.

A lista considera sempre as chamadas receitas recorrentes, que não leva em conta o dinheiro de negociação de jogadores, para evitar distorções – o Ajax, ao vender Antony ao Manchester United por mais de 100 milhões de euros (R$ 518 milhões), por exemplo, teria uma posição que não seria condizente com seu real potencial de arrecadação. O cálculo engloba o faturamento proveniente de direitos de transmissão, contratos comerciais e tudo relativo aos jogos nos respectivos estádios (“matchday”).

Com esse critério, o Flamengo fechou a última temporada, em que foi campeão da Libertadores e da Copa do Brasil, com R$ 1,043 bilhão em receitas recorrentes – foram mais R$ 133,3 milhões com venda de atletas. Utilizando a cotação média do euro em 2022, os rubro-negros calcularam faturamento de 192 milhões de euros, que seria o 26º maior do mundo no ranking da Deloitte.

A liderança do levantamento é do Manchester City, com 731 milhões de euros (mais de R$ 4 bilhões na cotação atual) – quase quatro vezes mais do que o Flamengo arrecadou –, seguido por Real Madrid e Liverpool no “pódio” dos mais ricos. A 26ª colocação que seria dos cariocas foi ocupada, na lista original, pelo Crystal Palace – que tem John Textor, líder da SAF do Botafogo, entre os donos.

Segundo seus cálculos, o Flamengo deixaria, além do Palace, Ajax, Sevilla, Villarreal e Southampton para trás entre os 30 que apareceram entre os mais ricos do mundo. Seguiria atrás, no entanto, de clubes como Aston Villa, Eintracht Frankfurt, Brighton, Benfica ou Wolverhampton.

E o Palmeiras, como ficaria nessa lista, seguindo os mesmos critérios? Segundo o resultado financeiro de 2022, em nenhuma das 30 primeiras posições do ranking. As receitas recorrentes do clube alviverde, campeão brasileiro no último ano, foram equivalentes a 113,5 milhões de euros, bem abaixo do Southampton, último a aparecer no “Football Money League”, com 177,7 milhões de euros.

Em reais, o Palmeiras fechou o primeiro ano do mandato de Leila Pereira como presidente com faturamento total de R$ 790,54 milhões. As receitas recorrentes foram de R$ 616,68 milhões, já que R$ 173,86 milhões foram provenientes de transferências de jogadores.

No caso alviverde, aliás, mesmo que fosse considerado o dinheiro obtido através de negociações de atletas na conta, não seria suficiente para aparecer entre as 30 maiores receitas do mundo, já que o valor utilizando a mesma cotação de 5,43 seria equivalente a 145,5 milhões de euros.

O estudo da Deloitte sobre os clubes de maior faturamento do mundo está em sua 26ª edição, sendo publicado desde a temporada 1996/97. Curiosamente, o ano de estreia do levantamento foi o único em que o Flamengo, de fato, apareceu na lista, na 11ª posição – atrás apenas de Manchester United, Barcelona, Real Madrid, Juventus, Bayern de Munique, Milan, Borussia Dortmund, Newcastle, Liverpool e Inter de Milão, mas a frente Arsenal ou PSG, por exemplo.

A única outra equipe do Brasil que já apareceu no levantamento foi o Corinthians, em duas temporadas: 2011/12, na 32ª colocação, e 2012/13, em 24º. Em 2010/11, tanto o clube alvinegro, quanto o São Paulo foram citados no estudo como dois dos 50 maiores faturamentos do mundo.