Se fora de campo o que se viu foi um show de horrores e selvageria, com brigas, confusões e tumulto entre torcedores do PAOK e do AEK, durante o confronto entre as equipes pela final da Copa da Grécia, que terminou com título do PAOK após vitória por 2 a 1, dentro de campo o show (esse sim positivo) foi do atacante brasileiro Pedro Henrique, que marcou o gol do título.
Por conta da semelhança física e algumas tatuagens, Pedro Henrique é chamado pelos torcedores de Conor McGregor, astro do MMA, algo que leva na brincadeira. Tem em sua página oficial do Facebook até uma montagem na qual sua foto aparece ao lado do lutador.
Pedro Henrique conta que a comparação com o lutador começou na França e ganhou força com os torcedores do PAOK, na Grécia. Mas ele deixa claro que não tem o perfil polêmico do irlandês:
“Essa do McGregor é uma brincadeira de vestiário, na França o pessoal já brincava. Eu também tenho uma tatuagem no peito, alguma semelhança. Não acompanho muito, não sou muito ligado no esporte, acompanho mais os brasileiros. Levo na esportiva. Comemorei meu primeiro gol assim (imitando o lutador), continuei comemorando os outros gols da mesma forma, é mais uma coisa de torcida que a gente entra na onda. Com responsabilidade, claro, não quero entrar em polêmica. Sei que o lutador é um pouco polêmico, mas não tenho esse perfil. É só um personagem que a torcida gosta de brincar, também entrei no clima”, afirmou Pedro Henrique.
A alegria pelo título e a comemoração ao estilo Conor McGregor, porém, acabaram também marcadas pela violência entre torcedores na final da Copa da Grécia. Pedro Henrique conta detalhes os momentos de tensão antes de a bola rolar em Volos, e afirma que nunca passou por situação parecida. Apesar do susto, diz que há na Grécia um plano para combater a violência no futebol:
“A Grécia vem buscando uma nova educação nessa parte com torcedores, deixar a violência de lado. E os clubes também têm projetos para conscientizar seus torcedores. Mas o jogo foi em um campo neutro, normalmente a final é disputada no Estádio Olímpico de Atenas, mas é casa do AEK. Colocaram em um estádio com capacidade pequena, cerca de vinte mil ingressos, e muitos torcedores ficaram do lado de fora. Cada torcida ganhou apenas sete mil ingressos, o resto foi distribuído para convidados da federação. Gerou uma polêmica durante a semana esse caso, poderia ter sido melhor organizado. Nossa chegada no estádio também foi complicada. O ônibus ficou bloqueado, tivemos que descer e pegar um micro-ônibus. E chegando na porta do vestiário, gás lacrimogêneo, olhos ardendo. Uma situação bem inusitada. Muito em cima da hora trocaram o local do jogo”, relatou o brasileiro.
Antes de chegar ao futebol da Grécia, Pedro Henrique rodou por diversos clubes
Pedro Henrique começou a carreira no Avenida, modesto clube de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. Passou por Caxias, FC Zurich e Rennes antes de chegar ao futebol grego, em janeiro deste ano.