Carlos Henrique Kaiser, também conhecido como apenas Carlos Kaiser, conseguiu uma façanha no futebol brasileiro, ao se tornar jogador sem sequer disputar uma partida.
Em sua “carreira”, soma passagens por Botafogo, Flamengo, Vasco, Fluminense, América, Bangu, Palmeiras e até no Ajaccio, da França. O mais incrível disso é que ele jamais entrou em campo.
Segundo o “ge”, o falso jogador possuía muitas amizades no mundo do futebol e com isso, conseguia facilmente chegar aos clubes. Na época, a pouca informação também contribuía e Kaiser tomou isso como estratégia e em algumas situações deu certo.
“Eu assinava o contrato de risco, mais curto, de normalmente três meses. Mas recebia as luvas do contrato e ficava lá este período“, disse em entrevista ao “ge”.
Ex-zagueiro da seleção brasileira e amigo de Kaiser, Ricardo Rocha contou como que o maior poder do “171 do futebol” era a conversa.
“É um amigo nosso, uma ótima pessoa, um ser humano extraordinário. Mas não jogava nem baralho. O problema dele era a bola (risos). Nunca vi ele jogar em lugar nenhum. É um Forrest Gump do futebol brasileiro. Conta história, mas às 16h da tarde, num domingo, no Maracanã, nunca jogou. Tenho certeza“, disse.
Outro fator que fazia os clubes caírem na sua conversa era o seu porte físico, que era similar ao de um jogador de futebol. Para não entrar em campo, Kaiser fingia lesões durante os treinamentos.
“Eu mandava alguém levantar a bola pra mim e errava a bola. Aí sentia o posterior da coxa, ficava 20 dias no departamento médico. Não tinha ressonância (magnética) na época. E quando a coisa ficava pesada para o meu lado, tinha um dentista amigo meu que dava um atestado de que era foco dentário. E assim ia levando“, conta.
Kaiser “jogou” até os 39 anos, quando pendurou as chuteiras no Ajaccio, da França, e conta que chegou de fato a entrar em campo por lá, mas apenas cerca de 20 minutos por partida.