O Volta Redonda afirmou, na última terça-feira (10), que vai ingressar com um pedido na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e vai protocolar um recurso no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para impugnar o duelo diante do Paysandu, que aconteceu no último sábado (8), pela última rodada do Brasileirão Série C 2023.
O entendimento do time carioca é que houve erro de interpretação (erro de direito) por parte da equipe de arbitragem ao expulsar Robinho, do Paysandu, quando o atleta já estava fora de campo. Wilton Pereira Sampaio permitiu a sua substituição e aplicou o cartão vermelho ao jogador, sendo assim ninguém ficou com um atleta a menos.
O árbitro alegou, em súmula da partida, o motivo da expulsão: “retardar excessivamente a sua saída do campo de jogo causando um princípio de tumulto com os atletas adversários quando já se encontrava fora do campo de jogo após a sua substituição”
Volta Redonda x Paysandu teve erro de direito?
Em entrevista ao “UOL Esporte”, o advogado especializado em direito desportivo, Vinicius Loureiro, deu sua opinião sobre o episódio. Segundo ele, se caracterizou o erro de direito por parte de Wilton Pereira na partida.
“Considerando que o fato gerador da expulsão foi a cera, é indiscutível que ocorreu antes da substituição, uma vez que não há como falar em cera de jogador substituído. Desta forma, o Paysandu deveria ter passado a jogar com dez jogadores. No entanto, considerando a prática recorrente no futebol, casos de cera resultam em um cartão amarelo ao atleta, não havendo precedentes para expulsões por tal motivo. Desta forma, me parece caracterizado o erro de direito, visto que o fato que gerou o cartão ocorreu antes da substituição e, desta forma, o time paraense deveria atuar com um jogador a menos pelo restante da partida“, opinou.
Apesar disso, Loureiro também acredita ser improvável esse erro ser reconhecido, uma vez que ele partiu de um outro erro.
“Acontece que, sendo o erro de direito provocado por um outro erro, tenho dúvidas sobre a possibilidade de reconhecimento desse erro e, consequentemente, da anulação da partida. Adicionalmente, se o cartão vermelho foi aplicado por conta de um princípio de tumulto, como afirma a súmula, faltam informações e punições aos atletas envolvidos nesse tumulto. De todo modo, foi uma sequência crítica de erros, que deveria resultar em denúncia e suspensão do árbitro da partida por parte do STJD“, completa.