Darwin Núñez, nascido em Artigas, em 1999, foi um dos maiores investimentos do Liverpool, eternizando-se na história do clube com um contrato de 100 milhões – 75 fixos e 25 variáveis, um valor acordado com o Benfica. Contudo, o caminho do ex-jogador da Almería em Anfield foi pontuado tanto por altos quanto baixos na temporada passada. Depois de um início glorioso, com um gol decisivo no 3-1 contra o City na Community Shield, o uruguaio viu seu desempenho deteriorar.
Apesar dos memoráveis 15 gols – 9 na Premier- e 4 assistências em 42 jogos, a história omitiu outra realidade: dentre nove dos últimos jogos da Liga que jogou, foi titular em apenas três e em todos os três foi substituído. Uma decepção brutal para um atacante que já teve que enfrentar diversas crises de confiança ao longo de sua carreira.
Novos ares no Liverpool
Nesta temporada, com o número ‘9’ estampado nas costas, Darwin começou como suplente. Nas duas primeiras partidas da Liga, jogou apenas 28’, mas, ao marcar dois gols numa vitória por 1-2 contra o Newcastle em apenas 13’, conseguiu balançar a situação a seu favor.
Segundo Pep Lijnders, assistente de Klopp, o jogo contra o Newcastle foi um divisor de águas na vida do jogador. “Anotou dois gols do nada e isso deu a ele a confiança de que precisava. Agora, ele é outro jogador. Melhorou também no inglês, o que ajuda”, destaca Lijnders.
O brilho de Darwin nas partidas
Daí em diante, Darwin demonstrou uma performance invejável: deu uma assistência no 3-0 contra o Aston Villa, marcou e assistiu no 1-3 contra o LASK Linz na Europa League e inventou mais um gol surpreendente na vitória por 3-1 face ao West Ham.
O internacional uruguaio soma quatro gols e duas assistências em sete jogos. Seu índice de pontos por minuto – 1,24 gols a cada 90 minutos – é o quarto melhor da Premier, atrás apenas de Evan Ferguson (1,40), Callum Wilson (1,39) e Erling Haaland (1,36). Darwin também detém o maior índice de chutes a gol (5,65) a cada 90 minutos na liga britânica.
A importância de Darwin para o Liverpool
“Darwin é uma ameaça e para nós é muito importante ter um jogador capaz de receber e reter a bola”, reconhece o técnico Jürgen Klopp. Os números são eloquentes: desde sua chegada aos ‘reds’, Darwin marca a cada 141 minutos – praticamente o mesmo tempo de ‘Mo’ Salah (134′) e Luis Suárez (138′).
No entanto, a principal diferença notada por Klopp é o trabalho defensivo que Darwin tem realizado. “Ele deu passos enormes nas últimas semanas. Sempre quis fazer isso, mas estava menos coordenado. Agora, ele parece muito melhor”.
Em conformidade com o técnico alemão, Lijnders reitera: “Os fãs o adoram. Ele corre, luta e chega a lugares que ninguém acredita que possa chegar. É importante que tenha melhorado tanto no ataque quanto na defesa. É ótimo vê-lo jogar como titular. Como nove, é pura intuição. Ele tem o faro do gol”.