Recordamos um episódio anterior a conquista do tetracampeonato em 1994 que abalou as estruturas da seleção brasileira. Ao longo de décadas, La Paz tem sido o pesadelo de muitas seleções. E para o Brasil, a memória de uma derrota no estádio Hernando Siles, no alto dos 3.600 metros da capital boliviana, é algo que ainda ressurge como um pesadelo de 30 anos atrás.
O cenário desse pesadelo ocorreu em 25 de julho de 1993, onde a seleção amargou uma derrota por 2 a 0 para os bolivianos, quebrando uma sequência invicta de 31 jogos em eliminatórias. O jogo contou com momentos de puro drama, quando o memorável goleiro Taffarel viu o fracasso acontecer.
Taffarel, que é visto por muitos como um dos melhores goleiros da história do futebol brasileiro, protagonizou momentos bisonhos. Aos 36 minutos do segundo tempo, ele defendeu um pênalti do atacante Sánchez. Porém, no mesmo jogo, aos 43 minutos, marcou um gol contra quando tentava defender um chute feito à queima-roupa por Etcheverry.
No minuto seguinte, Peña conseguiu escapar pelo mesmo lado e marcar um gol na saída de Taffarel, deixando a torcida boliviana em estado de êxtase. Com o 2 a 0 no placar, a Bolívia pôs fim a uma invencibilidade de 39 anos do Brasil em jogos de eliminatórias.
O clima pesou
Após a derrota, a seleção brasileira precisou enfrentar a desconfiança do seu torcedor. Algo que é comum no universo do futebol. Antes do confronto com a Bolívia, o Brasil amargou um empate sem gols fora de casa contra o Equador. No entanto, depois da derrota amarga em La Paz, o time reagiu e venceu cinco jogos, incluindo uma vitória por goleada de 6 a 0 sobre a Bolívia, no Arruda.
A classificação para a Copa dos Estados Unidos veio em setembro do mesmo ano, em uma vitória de 2 a 0 contra o Uruguai, no estádio do Maracanã. Nesse jogo, Romário, que retornou à equipe de Parreira, fez os dois gols e abriu as portas para a conquista do tetracampeonato mundial.