Em 2010, a Olympikus tomou uma iniciativa nobre ao criar a terceira camisa do Flamengo com o intuito de resgatar as cores originais do clube carioca. No entanto, apesar da boa intenção da fabricante de material esportivo, o resultado foi um dos uniformes mais peculiares e “bizarros” da história do Flamengo, sendo apelidado de “camisa do Tabajara”, em referência ao fictício time do grupo humorístico “Casseta & Planeta”.
De fato, em 1895, ano de fundação do clube, as cores do Flamengo eram azul e dourado, época em que o clube participava apenas de competições de remo no Rio de Janeiro. No entanto, em 1896, a decisão foi tomada de mudar para as cores vermelha e preta, devido à dificuldade de encontrar tecidos nas tonalidades azul e dourada, que eram importados da Inglaterra, e ao problema do desbotamento causado pela exposição ao sol e ao sal do mar.
Assim, nasceu o rubro-negro, e somente em 1912 o Flamengo iniciou suas atividades no futebol. A Olympikus produziu o modelo “Tabajara” com base na história do Flamengo. A camisa, por si só, até pode ser considerada bonita, trazendo o escudo do remo em vez do tradicional escudo de futebol do clube. No entanto, quando combinada com o calção azul e as meias listradas em azul e dourado, resultou em um conjunto peculiar e fora do comum.
E essa não foi a primeira tentativa de adotar o azul nas camisas do Flamengo. Em 1995, a Umbro, que era a fornecedora de material esportivo na época, criou um modelo azul com listras irregulares em amarelo, preto e vermelho, também apresentando o escudo do remo. Contudo, essa ideia não foi aprovada pelo Conselho Deliberativo do clube. Curiosamente, essa tentativa foi menos estranha do que o uniforme de 2010.
Felizmente, para a alegria da torcida rubro-negra, que não abraçou muito a ideia do uniforme “diferente”, esta foi a última vez em que o Flamengo adotou uma camisa tão peculiar. Desde então, os uniformes de terceiro padrão têm seguido padrões mais convencionais, sendo todos pretos, vermelhos ou uma reedição do modelo quadriculado utilizado no Centenário do clube, em 1995.