Jogo do São Paulo na Sul-Americana ganha “clima de guerra” e organizada toma decisão drástica

O clima entre o time do São Paulo e os torcedores são-paulinos não anda nada bom. Em baixa dentro de campo e em crise financeira fora dele, o jogo diante do Tigre, do México, pela Copa Sul-Americana, ganhou ares de guerra devido a uma troca de provocações entre as duas torcidas. A partida está marcada para a próxima quinta-feira (6), às 21h (de Brasília). O jogo no Morumbi será no dia 27 de junho.

Após ameaças por parte de torcedores do Tigre, que prometem ‘revanche’ e ‘estresse pós-traumático’ para o São Paulo, a maior torcida organizada do Tricolor – a Independente-, disparou um recado para a caravana que organiza rumo a Bueno Aires, palco do jogo de estreia das equipes pela Copa Sul-Americana: são proibidas mulheres e crianças.

Faltando exatamente uma semana para o confronto, o clima já é de ‘guerra’. Nem tanto por parte do Tricolor paulista, mas sim pelo lado dos torcedores do Tigre, que querem ‘responder’ pela polêmica da final do continental em 2012.

O que rolou entre São Paulo e Tigre na Sul-Americana de 2012?

Na ocasião, o São Paulo só foi declarado como campeão da edição da Sul-Americana porque o segundo tempo simplesmente não existiu. No dia 12 de dezembro de 2012, o Tricolor estava com vantagem na primeira etapa da decisão contra a equipe argentina, vencendo por 2 a 0, com gols de Lucas Moura e Osvaldo.

Porém, na ida para o intervalo, uma grande confusão começou no túnel que levava aos vestiários. A provocação inicial teria partido de Lucas Moura, que teria mostrado um pedaço de algodão com sangue para Orban, um jogador do Tigre que atingiu o rosto do atleta são-paulino.

Mas isso não soou bem entre os argentinos, que cercaram o jogador brasileiro, necessitando de uma intervenção dos policiais militares que estavam presentes para a segurança do jogo. A partida aconteceu no Morumbi e, por pouco, o elenco do Tigre não invadiu os vestiários do time da casa.

A briga foi tão grande que o técnico Nestor Gorosito, em entrevista à ‘ESPN Argentina’, chegou a acusar os policiais na época de terem ameaçado os jogadores do clube argentino com armas de fogo. Lucas Moura, mais tarde, chegou a negar que tenha feito alguma provocação.

Após 30 minutos esperando o retorno do adversário na volta do intervalo, o árbitro Enrique Osses decidiu encerrar a partida e dar a vitória para o São Paulo. Mas o assunto não parece estar superado pelos torcedores argentinos.

Provocações já começaram no dia do sorteio dos grupos

Logo no dia do sorteio, uma série de ameaças tomou conta das redes sociais. Entre elas, pedidos para ‘cercar o ônibus do São Paulo’ até ‘não deixar o clube voltar para o Brasil sem um estresse pós-traumático’. Alguns torcedores também disseram que ‘não esqueceram o que aconteceu nas ruas após o jogo de 2012’.

E o clima tenso criado tem um agravante importante. A torcida organizada Independente é aliada dos barras bravas do Chacarita Juniors – principal e maior rival do Tigre. E o relacionamento entre os dois clubes argentinos não é nada bom, o que só deve complicar o lado do São Paulo em uma eventual briga entre as torcidas.

Então, como forma de segurança, a organizada são-paulina já estabeleceu algumas regras: proibido mulheres, crianças e menores de 18 anos.

Visando evitar problemas maiores, até o presidente Julio Casares se manifestou sobre o assunto. Casares pediu ‘bom senso’ para a diretoria do Tigre, destacando que quer evitar problemas fora de campo. O presidente ainda destacou que ‘do mesmo jeito que irão receber bem a equipe no Morumbi, querem ser bem recebidos’. Para ele, a polêmica de onze anos atrás deve ser superada.

“Vamos conversar para que tenha luta dentro do campo e respeito fora. Vamos lá ser recebidos por eles e vamos receber no Morumbi com muito respeito, como tem que ser. Foi um acontecimento de 11 anos atrás que eu acho que deve ser superados. Cabe ao São Paulo e ao Tigre promoverem o entendimento. Nós vamos procurar isso”, disse durante sorteio da Copa do Brasil, na sede da CBF.

“As questões são superadas. Acho que hoje, com imagens, VAR, tivemos um acontecimento muito chato no Brasil, temos que superar, com inteligência, bom senso, sem dar muitas declarações que possam promover esse tipo de coisa. Do lado São Paulo, estaremos juntos para promover um bom espetáculo, que a luta seja dentro do campo. Sempre com bom senso, com tranquilidade, é o que esperamos dos dois confronto”, completou.