Fracassou no Corinthians e é o único brasileiro nas eliminatórias na Europa

O Brasil tem um treinador representando o país nas eliminatórias da Eurocopa. Trata-se de Sylvinho, ex-jogador e técnico do Corinthians, que comanda a seleção da Albânia. Ele é o único brasileiro entre as 53 seleções que disputam a competição. Ele vai estrear de forma oficial no comando da seleção albanesa nesta segunda-feira (27), às 15h45 (horário de Brasília), contra a Polônia do craque e artilheiro Robert Lewandowski.

Sem assumir uma equipe desde a saída do Corinthians, em fevereiro de 2022, o treinador terá como missão levar a modesta seleção pela segunda vez ao torneio – a estreia foi em 2016, na França.

O acordo para assumir o cargo foi selado em um jantar com o presidente da federação local, que foi realizado na Itália. Sylvinho terá como auxiliares o ex-lateral argentino Pablo Zabaleta – que foi colega do brasileiro no Manchester City – e o ex-volante Doriva, campeão mundial pelo São Paulo em 1993, que treinou Vasco e Ituano – no qual foi campeão paulista de 2014 e o próprio São Paulo.

“Estou contente com a oportunidade que recebi. Nossa comissão técnica é internacional. Espero levar o nome do futebol brasileiro, mas aprendi muitas coisas na Espanha, Inglaterra e Itália”, disse Sylvinho.

“Na época de jogador, o Zabaleta já tinha grande interesse pela parte técnica, física e tática. Nossa relação sempre foi muito boa. O Doriva é mais calmo, mas eu e o Zabaleta somos mais agitados (risos)”, afirmou.

Após deixar a família em Portugal, o brasileiro mudou-se sozinho para a cidade de Tirana. Ele conta que o local tem bastante semelhanças com a Itália, onde viveu por quatro anos, incluindo a culinária.

Sylvinho não tem intérprete na Europa

Desde que pendurou as chuteiras, Sylvinho foi auxiliar de Vágner Mancini (Cruzeiro), Tite (Corinthians e Brasil) e Roberto Mancini (Inter de Milão). Além disso, foi treinador de Lyon e Corinthians. Embora nunca tenha comandado uma seleção, a experiência de quatro anos na CBF trouxe ensinamentos para o novo trabalho.

“No clube você consegue corrigir o trabalho no dia a dia, mas na seleção você precisa trabalhar de forma bem diferente”, explicou.

A missão do comandante não será fácil. A Albânia tem pouca tradição em grandes torneios internacionais.

“Já sabia que tínhamos atletas em grandes ligas da Europa, principalmente na Itália. Tem muitos filhos e netos de albaneses que nasceram em outros países que possuem potencial para serem convocados. Eu também acompanho o campeonato local, que revelou vários jogadores para grandes cenários da Europa. Tenho viajado com bastante frequência para ver os jogadores de perto e conversar com eles. Nós queremos desenvolver um trabalho com muita intensidade”, explicou.

Por falar vários idiomas, o treinador conta que não tem problemas para se comunicar com os funcionários da federação e os atletas.

“Não preciso por enquanto de intérprete porque a grande maioria fala italiano ou inglês, o que facilitou para mim. Alguns até falam espanhol. Aprendi a falar italiano para ser auxiliar do Roberto Mancini na Inter de Milão e depois ficar em Milão pela seleção brasileira”.

O grupo da Albânia conta ainda com Polônia, República Tcheca, Moldávia e Ilhas Faroe. As duas primeiras colocadas de cada chave se classificam para a Euro e as outras três vagas serão decididas em uma repescagem.

“Nosso grupo é bastante equilibrado e difícil. São apenas oito jogos. Nossa intenção é disputar uma das vagas. Temos atletas que tem boa qualidade física e técnica. Vamos colocar as nossas ideias para isso”.