Clube brasileiro dá calote em funcionários e é acusado de tráfico de pessoas

O Cacerence, clube brasileiro onde atuava o atacante Flávio Caça-Rato, é acusado de tráfico de pessoas logo depois de dar calote em jogadores, comissão técnica e funcionários.

De acordo com informações do “ge”, as reclamações chegaram à vereadora Mazéh Silva (PT) que protocolou uma denúncia no Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH), na cidade de Cáceres, no interior do Mato Grosso.

Após isso o CRDH encaminhou ao Ministério Público do Trabalho, ao Comitê Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Cetrap) e à Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae).

De acordo com relatos vindo de pessoas internas, os jogadores do Cacerense tiveram promessas não cumpridas e tinham insegurança alimentar. Um deles afirmou que um dirigente rasgou a sua carteira de trabalho. Segundo Polianna de Souza Corrêa, coordenadora do CRDH, o episódio se enquadra no crime de tráfico de pessoas para fins desportivos.

Identificamos que haveria indícios de tráfico para fins desportivos. Muitos desses jovens vieram de diferentes estados do país, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco. Estavam em casas alugadas pelo clube, mas não recebiam a assistência devida, não estavam recebendo remuneração conforme estabelecido no contrato. Muitos vieram com promessa de carteira assinada e, ao que tudo indica, isso não aconteceu. Eles se sentiram enganados pela organização do clube. Nas últimas semanas, eles estavam sem alimentação e se alimentavam por meio de doações“, disse em entrevista ao “ge”.

Já Paulo Leite, gestor do Cacerense afirmou que alguns jogadores fizeram acordo para receber os salários atrasados após uma festa beneficente promovida pelo clube para arrecadar recursos. Leite também disse que os salários ficavam a cargo de Tovar de Arruda e Silva, agora ex-presidente do clube.

Por fim, o gestor negou as acusações em relação de insegurança alimentar e de moradias em situação precária.

O Cacerence ficou na nona posição no Campeonato Mato-Grossense e não conseguiu evitar o rebaixamento para a segunda divisão estadual.