Desde a segunda-feira, 30 de janeiro, o italiano Gennaro Gattuso não é mais técnico do Valencia, da Espanha. Contratado no início da temporada, Gattuso já voltou pressionado após a pausa para a disputa da Copa do Mundo. De lá para cá, foram quatro rodadas sem vitória e uma eliminação na Copa do Rei. No meio da tabela no Campeonato Espanhol, a cinco pontos da zona de classificação para as competições europeias, a crise se instalou no clube e culminou com a demissão do italiano.
Desde que o futebol espanhol retornou no último dia de 2022, o Valencia perdeu de Villarreal e Cádiz e apenas empatou com o Almería, em casa, pelo Campeonato Espanhol, foi derrotado nos pênaltis pelo Real Madrid na Supercopa da Espanha e parou nas quartas de final da Copa do Rei contra o Athletic Bilbao.
A decepção mais recente foi a derrota para o Valladolid, no fim de semana, com um gol de Cyle Larin marcado aos 45 minutos do segundo tempo. O resultado deflagrou de vez a crise, em parte porque deixou o Valencia a apenas um ponto da zona de rebaixamento, embora seja uma área da tabela muito embolada.
Gattuso chegou a perder a cabeça e empurrou um câmera que estava filmando uma conversa entre ele e torcedores no aeroporto. O agora ex-técnico do Valencia pediu desculpas pela atitude.
Segundo o jornal ‘Marca’, a mensagem de dentro do clube era de confiança no trabalho de Gattuso, mas o cenário mudou quando a presidente Layhoon Chan foi ao centro de treinamento para uma reunião com a cúpula de futebol e encontrou um técnico que estava em dúvidas se deveria seguir comandando o time, não apenas pelo rendimento abaixo do esperado, mas também porque não parece que os reforços que precisa estão prestes a chegar.
Crise financeira foi ponto chave para encerrar a passagem de Gattuso pelo Valencia
A crise financeira do Valencia é uma realidade e Gattuso sempre se mostrou compreensível com a situação. O clube não fez grandes investimentos no meio do ano, apesar de ter recebido um bom dinheiro pelas vendas de Carlos Soler e Gonçalo Guedes. Buscou empréstimos, como Samuel Lino, Nico González, Ilaix Moriba e Justin Kluivert, ou jogadores sem contrato, casos de Edinson Cavani e Samu Castillejo.
Para o mercado de inverno, Gattuso queria um jogador de meio-campo – uma demanda mais urgente depois da lesão de Nico González – e um ponta, mas a janela está prestes a fechar sem movimentações. Questionado se tinha medo de ser demitido depois da derrota para o Valladolid, disse “isso é parte do trabalho” e que tinha que “respeitar o que o clube decidir”. Sua prioridade era “como melhorar o time porque estamos em um momento muito negativo”.
A decisão foi anunciada como um “acordo mútuo” entre clube e treinador. Gattuso teve bons e maus momentos à frente de Milan e Napoli, suas primeiras grandes chances na nova carreira. Chegou a ser anunciado pela Fiorentina, mas teve contrato rescindido antes de estrear e agora deixa o Valencia em um mau momento. Suas qualidades como treinador, sendo gentil, ainda estão um pouco incertas.