Torcedor do Flamengo que assediou mulher foi denunciado

O torcedor do Flamengo Marcelo Benevides, que assediou a jornalista Jéssica Dias, da ESPN, foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo Temático Temporário do Desporto (GTT-Desporto/MPRJ) por importunação sexual. O caso aconteceu na partida entre Flamengo e Vélez Sarsfield, no último dia 7.

O órgão soltou uma nota falando do ocorrido: “A denúncia oferecida pela promotora de Justiça Glícia Pessanha Carvalho Viana, integrante do GTT-Desporto, relata que a jornalista se preparava para entrar em uma transmissão para televisão, quando Marcelo Benevides começou a gritar e proferir xingamentos, sendo solicitado pela vítima a se acalmar”.

“O denunciado, então, se aproximou dela, pediu desculpas, colocou a mão em seu ombro, deslizando-a até o braço e deu um beijo no ombro da vítima, que se esquivou. Em seguida, ela iniciou uma reportagem ao vivo e, enquanto falava com a apresentadora do programa, o denunciado voltou a beijá-la, agora em seu rosto, contra a sua vontade”, completa a nota.

Veja a manifestação da repórter assediada

Confira o pronunciamento da repórter Jéssica Dias sobre o episódio, feito horas após o ocorrido:

“Foi só um beijinho no rosto. Não. Não foi. Antes tiveram muitos xingamentos e importunação porque o ao vivo demorava. Pedi calma e para que não ficasse xingando, não precisava. Vieram os “pedidos de desculpa” com alisamentos nos ombros e um beijo no local. Eu estava prestes a ser chamada para o link e mantive a posição, existe uma logística que exige concentração. Outra tentativa de beijo no ombro. Me esquivei e meu câmera chamou a atenção dele. O último ato foi o beijo no rosto. Que poderia ter sido na boca e não mudaria nada. Eu sofri importunação sexual enquanto trabalhava e isso é crime – iniciou a jornalista, que continua o texto pedindo para não culparem a família do assediador pelo caso”, disse.

“Eu não queria beijo, não queria carinho, não queria passar 3h em uma delegacia. Eu só queria trabalhar. O ser humano que fez isso estava com um filho menor de idade que se desculpou pelo pai. O menino não tem culpa, não punam a família dele”, completou.