O topo da elite europeia pode ter desvantagens, mas a quantidade de dinheiro que os jogadores recebem é de dar inveja em nós, reles mortais. E na tarde de ontem, segunda-feira (8), Rudiger deu outra demonstração do elevado status que um jogador de futebol pode ter.
Ele chegou ao treino do Real Madrid com uma Rolls-Royce Cullinan, preparado pela Mansory, com valor estimado de 648 mil euros (cerca de R$ 3,4 milhões).
De acordo com o site Auto Mais Sport, Rudiger comprou o carro quando ainda atuava pelo Chelsea, e deu a si mesmo o carrão de aniversário de 28 anos. Ele comprou através de um concessionário que tem clientes no futebol como Frank Ribery.
História emocionante de superação do jogador do Real
Hoje, Rudiger pode dizer que lutou para poder ter itens de luxo. Sua história é inspiradora. Em carta aberta divulgada antes da final da Champions League 2021, entre Chelsea e Manchester City, denominada “Esta Carta Não Vai Acabar Com o Racismo”, Rudiger fala de sua sofrida infância e como cada centavo precisava ser dado o valor, em sua infância, até ele chegar aqui. Veja um trecho dela:
“Meus pais são muito gratos por morar na Alemanha. Eles se recusam a chamar Neukölln de quebrada. Na verdade, para eles, sempre foi o paraíso na terra. Acabaram os tiroteios. Não há mais bombas explodindo durante a noite.
Sem dinheiro, sim, mas em paz.
Ser rico para nós era outra coisa. Rico, para nós, era ter comida para comer, bebida para beber. Você tem um prato grande no meio da mesa com arroz e frango? Você é rico naquele dia, meu amigo.
Para mim, futebol não era sonho. Era uma questão de sobrevivência.
Era quase como escolher ser encanador, padeiro ou advogado. Era uma forma de prover. Eu estaria mentindo pra você se dissesse que sonhava ter SUV’s, jogar a Champions League ou coisa parecida. Não, essa aventura no futebol era para tirar minha família de Neukölln, ponto.
Me lembro do exato momento em que tive essa percepção. Certa manhã, eu estava na cozinha e pedi um pouco de dinheiro pra minha mãe. Acho que foi para uma excursão da escola ou algo assim. Foram apenas alguns euros. Mas ela não podia me dar.
E eu também me lembro exatamente do que me machucou. Não foi o “não” em si, mas a expressão em seu rosto. Conhecemos nossas mães melhor do que qualquer outra pessoa. O que partiu meu coração foi que eu pude ver que ela queria muito me dar o dinheiro, mas não podia.
E eu literalmente disse a mim mesmo: ‘Eu tenho que ser homem agora. Eu tenho que tirar minha família daqui.’
Eu tinha uns oito anos, sério.
Se você não cresceu em um bairro de imigrantes, pode pensar que estou exagerando. Mas garanto que algumas pessoas estão dizendo: “Oito anos? Irmão, você teve sorte. Eu tive que me tornar homem aos seis!!!”
Pra quem tá de fora, às vezes é difícil entender.”