Um episódio recente que mancha a imagem do futebol carioca, o Flamengo encontra-se sob a lupa da Justiça Desportiva do Rio de Janeiro. Durante o clássico Fla-Flu válido pela semifinal do Campeonato Carioca, ocorrido no último sábado, a torcida do Flamengo protagonizou um lamentável episódio ao entoar cantos de teor homofóbico contra a equipe adversária do Fluminense.
O episódio não passou despercebido e acabou relatado pelo árbitro da partida, Wagner do Nascimento Magalhães, em súmula, especialmente destacando os ocorridos nos últimos minutos do confronto que terminou empatado em 0 a 0 no Maracanã.
A triste cena se deu especificamente aos 43 minutos do segundo tempo, quando, por cerca de 50 segundos, a música ofensiva ecoou pelas arquibancadas do estádio, apesar dos esforços da administração do Maracanã em difundir mensagens educativas pelos telões. As letras da canção denotam um claro desrespeito e preconceito, elementos que não deveriam encontrar espaço no esporte ou em qualquer outro ambiente.
O que diz o regulamento sobre atos de homofobia no futebol?
O Artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) deixa claro a inadmissibilidade de quaisquer atos discriminatórios ligados a preconceitos seja por origem étnica, raça, sexo, cor, idade ou qualquer outra condição.
Segundo o regulamento, associações como o Flamengo são responsáveis pelas condutas de sua torcida, estando sujeitas a punições severas que incluem tanto suspensões de partidas para os envolvidos diretamente quanto multas que vão de R$ 100 a R$ 100 mil.
No aguardo de uma data para julgamento, o Flamengo enfrenta o risco de ter membros de sua equipe técnica ou jogadores suspensos de cinco a 10 partidas, além da possibilidade de uma penalização financeira significativa. Mas, além das consequências diretas impostas pela Justiça Desportiva, cabe refletir sobre o impacto desse episódio para a imagem da equipe e do esporte em si.
Como prevenir atos de discriminação no futebol?
Enquanto os procedimentos legais seguem seu curso, a questão que emerge desse triste episódio é: como garantir que o futebol, esporte tão amado e acompanhado por diversas gerações, se mantenha um espaço de inclusão e respeito mútuo?
A resposta passa necessariamente pela educação e pela conscientização contínua dos torcedores, assim como por ações firmes e consistentes das autoridades desportivas para coibir e punir atos de discriminação. Este incidente serve como um lembrete do caminho ainda a ser percorrido no combate ao preconceito e à homofobia nos estádios e fora deles.