Vítima de empresa acionada por Scarpa relata drama causado por golpe

O golpe cometido pela empresa Xland Gestora de Investimentos ganhou notoriedade porque envolveu os jogadores de futebol Gustavo Scarpa e Mayke, além de Willian Bigode, que teria indicado a Xland através de sua empresa à dupla de boleiros. Mas diversas outras pessoas também foram lesadas, como o marceneiro Carlos Eduardo César, que alega ter quebrado financeiramente.

O morador de Ribeirão Preto, de 34 anos, afirma que o problema com a Xland foi o principal fator para que ele fechasse a academia de jiu-jítsu inaugurada com um sócio por volta de três semanas antes de as atividades serem encerradas.

Esse foi só um capítulo do drama que ele conta ter vivido após a frustrada tentativa de ganhar dinheiro confiando na Xland. César investiu R$ 120 mil e contava com os rendimentos da aplicação para terminar de montar a academia.

O cliente da gestora de investimentos relata não ter conseguido pagar gastos feitos no cartão de crédito. Ele ficou devendo R$ 30 mil e viu seu nome parar no SPC (Serviço de Proteção ao Credito). Além disso, precisou morar por cerca de dois meses na casa de seus pais com sua mulher e duas filhas. Atualmente, uma tem cinco meses e a outra cinco anos.

Quando começou a ter dificuldade para colocar as mãos em seu dinheiro, César passou a viver uma situação desesperadora.

“Eu tinha tremedeira, dor de barriga. Fiquei bem depressivo. Não conseguia dormir sem remédio. Você perde o chão. Você é responsável pela sua casa, pela sua família e vê tudo desmoronando por um erro seu. Você se sente culpado por ter sido passado para trás”, desabafou.

César relatou que passou a retirar dinheiro do caixa da marcenaria para pagar contas relativas à montagem da academia: “Eu quebrei, precisei da ajuda dos meus pais. A igreja que eu frequentava conseguiu cestas básicas para mim”, lembrou.

Ele acredita que, se tudo tivesse saído como o esperado com o investimento, teria conseguido tocar a academia por mais tempo até o número de alunos aumentar.

Como caiu no golpe?

Da mesma forma que Scarpa e Mayke, César disse que resolveu investir em criptoativos com a Xland após a indicação de um amigo. No caso dos palmeirenses, a dica foi dada por Willian Bigode, que acaba de trocar o Fluminense pelo Atlhetico-PR e viu uma de suas empresas ser processada pelos ex-companheiros de Alviverde, juntamente com a Xland.

O dinheiro aplicado era o que tinha sobrado da venda de uma casa construída pelos pais de César para ele. O restante foi usado para comprar um apartamento, que ainda estava ocupado quando ele quebrou. Para não continuar pagando aluguel, César foi morar com seu pai e sua mãe até o novo apartamento ficar livre.

O dono de marcenaria foi à Justiça contra a Xland para tentar recuperar seu dinheiro, mesmo caminho escolhido por Scarpa e Mayke. Os dois jogadores foram atraídos pela promessa de rendimento mensal de até 5% do valor investido. Aconteceu também com César.