O caso envolvendo o meia Gustavo Scarpa e a empresa Xland ganhou mais um capítulo na última segunda-feira (27). As pedras no valor de R$ 2,1 bi que foram apresentadas como garantia de retorno pela empresa podem valer muito menos do que isso.
É o que aponta a nota fiscal da compra por parte da Xland e que está no processo envolvendo o jogador do Nottingham Forest, da Inglaterra. Segundo o documento, os supostos 20 quilos de alexandrita foram comprados por R$ 6 mil.
Segundo Rafael Pereira de Andrade, dono da R. Andrade Gemas Preciosas, empresa que negociou o material com Xland, as pedras não possuem qualidade e por isso não valem nem perto de bilhões, muito menos milhões.
“As pedras que eu vendi por R$ 6 mil são fracas. Elas não têm valor nenhum de lapidação. O uso delas é industrial, servem para fazer vidro, bonequinhos. Alexandrita que vale uma fortuna é difícil de a gente ver“, disse em conversa com o “UOL Esporte”.
Na última semana Justiça bloqueou um malote de 20,8 kg que, segundo notas, continham alexandritas. No momento, as pedras são sob posse da Sekuro Private Box.
O que diz a Xland?
A empresa não manifestou oficialmente sobre o caso até a publicação desta matéria. Apear disso, Júlio Leão, advogado da empresa, afirmou que tanto ele, como os sócios da Xland desconhecem os valores contidos na nota.
“Também desconheço uma resposta plausível para isso [nota fiscal com valor de R$ 6 mil para as pedras preciosas]. Bem como os sócios da Xland [desconhecem]. Serão pedidos esclarecimentos para a própria casa de custódia [que está de posse do material]. Mas para fins de negociação do bem, o valor do título não está diretamente vinculado a essa nota“
Por fim, o advogado afirmou que a empresa vai recorrer do bloqueio determinado pela Justiça.