A falsificação em massa de camisas de futebol em tirou mais de R$ 9 bilhões dos cofres dos clubes brasileiros nos últimos anos.
Em um levamento feito pela Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) a pedido da Ápice (Associação pela Indústria e Comércio Esportivo), que é uma espécie de grupo que engloba empresas de produtos esportivos, mostram que 37% das camisas de futebol no Brasil são falsas. Esse número vem crescendo drasticamente nos últimos anos.
De acordo com Rafael Marcondes, especialista em direito esportivo e colunista do “UOL Esporte”, o problema não é de agora e apesar da pirataria já ser considerado crime em lei, a fiscalização é precária.
“O problema da pirataria não é novo no Brasil nem no futebol. A mitigação desse problema depende de um conjunto de medidas, que para serem eficientes, devem ser aplicadas em conjunto. A pirataria já é crime tipificado no art. art. 184 do Código Penal e na Lei 9.279/96, que inibe a concorrência desleal. Sendo assim, o primeiro passo é aumentar a fiscalização, o que, consequentemente, requer mais investimentos em pessoal e inteligência artificial por parte do Estado.”, disse.
Marcondes também aborda um ponto importante relacionado ao preço das camisas originais, que muitas vezes estão acima da realidade financeira do brasileiro.
“[…]Para se ter uma ideia do que estamos falando, uma camisa oficial da seleção brasileira de jogadores hoje é vendida na loja da Nike a R$ 349,99 enquanto o modelo para torcedores a R$ 249,99. Ou seja, mesmo o modelo mais barato é ainda bastante caro para a grande parte da população brasileira, sendo que muitos ganham pouco mais do que um salário mínimo. Ou seja, o preço final do produto precisa baixar, o que vai ser impulsionado por ações tanto do Estado, quanto dos particulares“, comenta.
Somente no ano passado, 60 milhões de camisas foram vendidas em solo brasileiro, desse número, 22 milhões não eram originais. As empresas de venda de material esportivo faturaram R$ 9,12 bilhões e tiveram um prejuízo um pouco inferior: R$ 9 bilhões.