Depois de mudar de patamar financeiro desde que a 777 Partners comprou 70% da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Vasco, o clube carioca pode dar mais um salto e se tornar um dos times mais ricos da América do Sul. Entenda!
No início da semana passada, o site de ‘The Athletic’ publicou que os donos do Newcastle e do Chelsea, ambos da Inglaterra, estão interessados na compra de um conglomerado de clubes e que um dos alvos potenciais seria a 777 Partners, que controla o Vasco. Mas o que existe de real na possibilidade de negócio entre as partes?
Primeiro, como contexto, a formação de grandes conglomerados de clubes é uma realidade em expansão no mundo. O CIES (Centro Internacional de Estudos do Esporte) aponta que 254 times no mundo já estão em uma estrutura de MCO (Multi-Club Ownership). A maioria está na Europa, mas há 14 na América do Sul.
O grupo 777 Partners é um MCO, donos do Genoa, Red Star em Paris, Standard de Liège, Vasco e, recentemente, adquiriu o Hertha Berlim.
O interesse de Newcastle e Chelsea na 777
Os donos do Newcastle e do Chelsea já afirmaram ter interesse de expansão para esse tipo de modelo. O Newcastle foi comprado pelo PIF (Fundo soberano da Arábia Saudita) e o Chelsea pelo grupo liderado pelo bilionário norte-americano Tobb Boehly e o fundo Clearlake Capital.
Em seminário sobre futebol na Europa, Amanda Staveley, uma das sócias do Newcastle, afirmou sobre comprar clubes ou ações de partes deles: “É complicado. Nós estamos olhando para uma outra estrutura que nos permita fazer ambos, talvez, algo um pouco diferente que nos dê oportunidade de trabalhar com muitos clubes”, disse ao ‘The Athletic’. Boehly já falou também sobre ter interesse em rede de times.
Executivos da 777 Partners estavam no seminário, o que levou o repórter Matt Slater, do ‘The Athletic’, a dizer que poderia haver concorrência entre eles por compras de sociedades no grupo de Miami. Citou a presença do executivo da 777, Josh Wander.
A partir daí, o blog apurou com duas fontes do mercado do futebol brasileiro que há a informação, sim, sobre conversas da 777 Partners com grupos internacionais por investimento como Chelsea e Newcastle. Como um fundo, o grupo de Miami tem como objetivo tanto faturar com receitas de suas empresas quanto ganhar com a revenda de fatias do negócio. E a informação é de que o fundo procura, sim, investimentos e que os dois conglomerados de times ingleses poderiam ser potenciais investidores.
E o que isso mudaria para o Vasco?
Em seu contrato de venda, de 70% das ações, o clube Vasco amarrou algumas condições:
1) Ser o principal clube na América do Sul do grupo, chamado flagship;
2) Um valor mínimo de investimento anual que o deixe em um patamar competitivo na elite do Brasil. O total do investimento previsto pelo grupo é de R$ 700 milhões;
Por isso, envolvidos no negócio pelo Vasco entendem que, se houvesse um movimento da 777 Partners, isso significaria gerar mais dinheiro para o clube. E, na visão desses dirigentes, as amarras contratuais e os valores em dólar protegeriam a agremiação curz-maltina de virar um clube satélite. O Vasco preferiu a 777 Partners ao City justamente porque não queria ser um time secundário.
É cedo para saber se avançará qualquer conversa do grupo de Miami para venda de um percentual de seu MCO (grupo de clubes) para investidores mais ricos como o fundo da Arábia Saudita ou o Clearlake. Certo é que o Vasco faz parte do jogo global de multi-clubes com as consequências relacionadas a esta nova realidade.