Existem algumas figuras do futebol brasileiro que são simplesmente inesquecíveis pelo que fizeram dentro e fora de campo. Muitas vezes não é apenas pelo futebol jogado, mas pela personalidade – que pode ser forte ou, até mesmo, cômica. Esse segundo exemplo se encaixa muito bem em Vampeta, atleta dono de polêmicas, histórias para fazer qualquer um rir e ídolo do Corinthians.
Marcos André Batista Santos, conhecido pelo Brasil inteiro como Vampeta, nasceu na cidade de Nazaré, cidade da Bahia, em 1974. Aos 16 anos, o atleta já atuou pelas categorias de um dos principais times do seu estado, o Vitória, onde fez também os primeiros anos enquanto profissional. No entanto, acabou não durando muito tempo lá.
Meio campista central em algumas oportunidades, volante em outras, Vampeta jogou de 1992 à 1994 na equipe principal do Vitória. Em 1995, recebeu uma proposta irrecusável do PSV, um dos principais times da Holanda que, na década de 80 e 90, contratou craques brasileiros como Romário e Ronaldo.
Apesar de estar em uma grande vitrine para o futebol internacional, no PSV Vampeta praticamente não jogou. Foram apenas três partidas em sua primeira passagem, a qual foi seguida de um empréstimo para o Venlo e, em seguida, para o Fluminense, onde atuou de 95 à 96 e fez boas partidas.
Em 1997, Vampeta retornou para o PSV e, aí sim, começou a se destacar como um meia forte e habilidoso. Foi a partir daí que chamou a atenção do clube que viria a ser o mais marcante de toda a sua carreira: o Corinthians.
Passagem avassaladora pelo Corinthians
Vampeta foi contratado em 1998 pelo Corinthians, depois de duas temporadas bastante boas com a camisa do PSV. Logo em seu primeiro ano no Timão, se tornou titular absoluto e terminou o ano com 52 jogos disputados e quatro gols anotados – o que pode ser visto como um bom indicativo para um volante.
No ano seguinte, foram ainda mais partidas com a camisa da equipe paulista: 69 ao todo – algo praticamente impensável para muitos jogadores atualmente. Em 2000, no entanto, Vampeta fez o seu último ano no Timão antes de uma nova e rápida passagem pela Europa. Com 38 jogos e cinco gols, novamente fez história.
A primeira passagem de Vampeta pelo Corinthians não podia ser descrita com outra palavra a não ser “impressionante”. O volante era tudo que o Timão precisava naquele momento e, não à toa, acabou conquistando o título do Brasileirão com o clube nos anos de 1998 e 1999. Estava consolidado como um dos grandes.
Além disso, também foi campeão do Campeonato Paulista de 1999 com o Timão e do Mundial de Clubes de 2000, ainda que não tenha vencido a Libertadores. Toda aquela sequência colocou o jogador em destaque, a ponto de ser convocado para a Seleção Brasileira e protagonizar alguns dos momentos mais cômicos da história do futebol brasileiro.
Passagem pela seleção com direito à Copa do Mundo e cambalhota no Planalto
A passagem de Vampeta pela Seleção Brasileira não foi algo absoluto e nem nada do tipo. O volante do Corinthians era, na grande maioria das vezes, banco. Mas isso não significa que não tenha sido importante para alguns títulos da seleção canarinha, afinal, sempre que entrava em campo fazia uma boa partida.
Com a Seleção Brasileira, Vampeta foi campeão da Copa América de 1999 e da própria Copa do Mundo de 2002. Não era titular, mas ainda assim era um nome de confiança que, naquele período, sempre figurava entre as convocações do Brasil para as principais competições que disputava.
Foi com o Brasil, inclusive, que Vampeta protagonizou uma das cenas mais cômicas da história do futebol. Quando retornou ao país após o título no Japão, o jogador e a seleção foram recebidos no Palácio do Planalto. Completamente fora de si, Vampeta começou a dar cambalhotas nas escadas da casa do presidente, ao vivo, para milhões de pessoas.
Do retorno ao Corinthians à aposentadoria
Em 2001, Vampeta passou por nada mais nada menos do que três clubes, de três países diferentes. Primeiro, foi emprestado pelo Corinthians à Inter de Milão, onde disputou apenas oito partidas. Logo em seguida, migrou para o Paris Saint-Germain, da França, onde também atuou por somente oito jogos.
Já mais para o fim do ano, chegou sob empréstimo ao Flamengo, onde fez o dobro de jogos disputados pelos últimos dois clubes: 16. No entanto, parece que Vampeta estava predestinado a brilhar com a camisa do Timão e, em 2002, ele retornou ao Corinthians – sendo inclusive campeão da Copa do Brasil com a equipe.
Em 2002, Vampeta ainda era titular absoluto no Corinthians, tendo disputado 59 partidas pelo clube naquele ano. No entanto, em 2003, em função de uma série de problemas, atuou por apenas 18 jogos, devido a uma série de problemas. A partir dali, a carreira de Vampeta começou a se encaminhar para o final.
O jogador ainda passou por Vitória, Kuwait SC, Brasiliense, Goiás, retornou ao Corinthians em 2007, Juventus de São Paulo em 2008, Nacional de São Paulo em 2010 e, por último, o Grêmio de Osasco em 2011. Foram 19 anos enquanto jogador profissional, e muitas, mas muitas histórias para contar.
As polêmicas da carreira de Vampeta
O fato é que Vampeta é dono de algumas polêmicas ao longo de sua carreira. Algumas são mais bobas, como a vez em que posuou nú para a G Magazine, uma revista de entretenimento adulto. Outras, envolvem apelidos que ficaram marcados para sempre e depoimentos que até hoje são lembrados aos risos pelos torcedores.
Muitos não sabem, mas foi Vampeta quem cunhou o apelido de bambi aos torcedores do São Paulo. O nome até hoje é utilizado por diversos clubes para desmerecer o Tricolor Paulista, mas já não é mais visto com bons olhos de uma maneira geral, por ter um teor um tanto quanto homofóbico.
Outra polêmica envolvendo o jogador foi em sua passagem pelo Flamengo, quando ele a diretoria não estavam se dando muito bem. Na época, ele chegou a falar o seguinte em frente aos microfones: “eles fingem que me pagam e eu finjo que jogo”. Vampeta ficou apenas meia temporada no rubro-negro.
Mas, afinal de contas, de onde veio o apelido Vampeta?
Apesar de ser um nome conhecidíssimo no futebol brasileiro, muitas pessoas não sabem de onde realmente vem o nome “Vampeta”. O apelido surgiu quando o jogador perdeu um dente e, na ocasião, ficou conhecido como vampiro. No entanto, por também ser muito feio, acabou sendo chamado de capeta. Por último, uma união das duas palavras: nascia Vampeta.