Depois de um ano desastroso que culminou no rebaixamento do Santos, o rival do Corinthians recebeu mais uma notícia ruim. O clube da baixada santista foi sancionado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) nesta quarta-feira (31) com seis partidas com portões fechados e uma multa de R$ 100 mil.
O julgamento leva em consideração os eventos ocorridos na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2023, após a derrota para o Fortaleza por 2 a 1, que sacramentou o primeiro rebaixamento da história do clube. Na ocasião, torcedores da equipe santista cometeram atos de vandalismo e incendiaram carros nos arredores da Vila Belmiro.
No entanto, o Santos não será punido de maneira imediata. Foi definido que a penalidade não será aplicada durante o Campeonato Paulista e entrará em vigor no início da campanha do Santos na Série B. O julgamento, conduzido por videoconferência, contou com a participação do presidente do Alvinegro, Marcelo Teixeira.
O julgamento que enquadrou o Santos no artigo 213 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), teve o presidente da terceira comissão do STJD, Luís Felipe Procópio, liderando as deliberações, acompanhado pelos auditores Dr. Rafael Bozzano, Dr. Bruno Tavares, Dr. Alexandre Beck, Dr. Rodrigo Raposo e Dr. Cláudio Diniz. No lado santista, o novo presidente alvinegro, Marcelo Teixeira, marcou presença junto ao advogado do Peixe, Dr. Luís Eduardo Barbosa.
Na representação da procuradoria do STJD, o Dr. Rafael Bozzano responsabilizou a equipe pela falta de segurança na partida, alegando que o Santos tinha ciência dos riscos e da possibilidade de uma escalada de violência. Como base de seu argumento, ele destacou outras situações em que o clube foi penalizado, considerando-as importantes para os incidentes graves na Vila Belmiro.
Santos responde STJD
Na audiência de julgamento, o Santos utilizou vídeos como evidências em sua apresentação sua defesa. Os materiais exibidos mostravam encontros entre as torcidas organizadas do clube e a Polícia Militar, incluindo declarações de líderes das torcidas enfatizando a boa relação estabelecida com as autoridades.
Contrariando a defesa, Bozzano manteve a responsabilidade do Santos pelos eventos, reafirmando a ligação direta do clube com as ações de sua torcida. Ele propôs a pena máxima de perda de mando de campo por 10 jogos e multa de R$ 100 mil. O advogado do Santos argumentou que o clube tomou as devidas precauções para o jogo, e responsabilizou a polícia militar.
“O clube fez a prevenção, mas a repressão não cabe a ele. Todo o staff de segurança levou os torcedores para fora do estádio e criou zonas de proteção para os que não se envolveram nas brigas. O plano tinha as zonas de bloqueio do jogo. O incêndio foi do lado de fora, o estádio do Santos não possui estacionamento. O clube não tem poder para fazer uma repressão, apenas a polícia tem”, relatou Barbosa.
Em seguida, Barbosa pediu a absolvição do Santos. A defesa do clube alegou que a penalidade máxima causaria um desequilíbrio esportivo para o clube e para o campeonato em geral. Além disso, reforçou que as cenas vistas fora da Vila Belmiro foram repudiadas de forma veemente pelo Santos e alegou que foram tomadas todas as providências necessárias por parte do clube após o episódio.
Após as considerações da defesa, os auditores proferiram seus votos. O Santos escapou da punição máxima, no entanto, o presidente Luís Felipe Procópio determinou a punição de seis partidas com portões fechados e manteve a multa de R$ 100 mil.