O Mogi Mirim, time do interior de São Paulo que encantou o futebol nacional com o “Carrossel Caipira” na década de 90, está na beira da falência. O clube está atualmente na última divisão do estadual.
O Centro de Treinamento, localizado na entrada da cidade de Mogi Guaçu, está tomado pelo mato e sem cuidados. O CT pertence ao ex-jogador Rivaldo e sua posse é imbróglio na Justiça que corrobora para a situação atual do clube.
Caso com Rivaldo
O ex-meia pentacampeão com a seleção brasileira em 2002 e eleito melhor jogador do mundo em 1999, quando jogava pelo Barcelona, atuou no brilhante Carrossel Caipira no início da carreira. Ele retornou ao Mogi Mirim em 2008, como presidente.
Em 2013, o Mogi tinha uma dívida de quase R$ 12 milhões com Rivaldo — que era presidente na época. Para quitar parte do valor, o ex-jogador recebeu dois terrenos, um deles o CT, avaliados em R$ 6,8 milhões.
Entretanto, três sócios do Mogi Mirim foram à Justiça em 2015 para tentar reverter o processo de posse dos terrenos. Eles alegavam que o processo foi premeditado para que Rivaldo tomasse posse do CT.
“Ainda que o Rivaldo seja credor do Mogi Mirim, o negócio que ele fez de transferir os CTs para o nome dele é nulo. Não se sabe se o preço era aquele mesmo. Ele, como credor e devedor, fixou o preço.”, disse a defesa dos sócios.
Rivaldo negou ter subvalorizado o preço dos imóveis, até apresentando avaliações com valores inferiores ao que foi negociado. O processo caminha em sigilo na justiça e as partes acreditam que podem chegar em um acordo para resolver o impasse.
Sem o CT, que já foi exemplo para muitos clubes do interior paulista, o Mogi Mirim também pode perder o estádio Vail Chaves. A Justiça penhorou o imóvel em função de uma dívida do clube com uma empresa de segurança, de modo que o imóvel pode ser colocado à leilão em breve
O Estado de São Paulo também está interessado no Vail Chaves. A Procuradoria Geral paulista está processando o Mogi para reaver o terreno onde o estádio foi construído, já que o lote foi doado para o clube.