O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) puniu o Corinthians com um jogo de portões fechados nesta quinta-feira (6). A punição refere-se aos cantos homofóbicos entoados pela torcida durante o clássico contra o São Paulo em maio deste ano.
O Timão vai cumprir a punição na partida contra o Vasco, no dia 30 de julho, pela 18ª rodada do Brasileirão.
Punição do Corinthians
A 3ª Comissão Disciplinar do STJD já tinha decretado a punição de portões fechados, mas o Corinthians conseguiu um efeito suspensivo. A medida deveria ter sido adotada, inicialmente, no jogo contra o Red Bull Bragantino no último domingo (2) — em que a equipe perdeu por um a zero diante de 42 mil torcedores.
Aos 17 minutos do segundo tempo do Majestoso, o árbitro Bruno Arleu interrompeu a partida devido aos cantos homofóbicos nas arquibancadas na Neo Química Arena. A partida foi retomada quatro minutos depois.
O advogado do Corinthians, Daniel Bialski, argumentou que não houve dolo nos cantos homofóbicos e que isso é uma provação entre as torcidas que aconteceu há mais de 30 anos. “Não necessariamente existe dolo a se dizer “isso é homofobico, de extrema gravidade”. Não é de extrema gravidade. Não tem dolo. É canto para provocar time e incentivar o outro time”, disse.
Um dos auditores do julgamento, Otacílio Araújo, rebateu a fala de Daniel dizendo que a Justiça deve acompanhar a evolução da sociedade. O presidente do STJD, José Perdiz, completou o argumento do colega.
“Frequentei arquibancada em estádios antigos. Antes, nós tínhamos cultura distinta, mas a vida agora é diferente, o respeito é diferente. Existe hoje patamar de respeito mútuo muito maior, do que podia ser considerado de pequena ofensa, uma piada”, declarou
A decisão por portões fechados em função de cantos homofóbicos foi considerada a primeira punição desta natureza no Brasil desde a implementação do novo regulamento das competições organizadas pela CBF.