Em uma história que marcou negativamente o futebol brasileiro, o São Caetano foi punido ainda em 2004, pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), com a perda de 24 pontos no Campeonato Brasileiro. O motivo, no entanto, envolve a escalação irregular do zagueiro Serginho em quatro jogos. Na época, a equipe que possuía 77 pontos, caiu para a 14ª colocação, acumulando 53 pontos.
De maneira surpreendente, o presidente do time do ABC na época, Nairo Ferreira de Souza, foi suspenso por 720 dias, com a justificativa de ter omitido a informação de que o jogador tinha uma recomendação do Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da USP, para que se afastasse dos gramados, por possuir grande risco de morte, algo que foi desconsiderado.
Serginho faleceu no dia 27 de outubro de 2004, após sofrer uma parada cardiorrespiratória durante uma partida contra o São Paulo, no Morumbi. O médico Paulo Forte recebeu uma multa ainda maior e ficou sem exercer nenhuma atividade na área esportiva por cerca de quatro anos. Além disso, o clube ainda deveria desembolsar uma multa de R$ 50 mil, algo que parecia pouco com a enorme situação.
São Caetano comete erro mesmo com alertas
Na época, um dos auditores da comissão, Antonio Maria Zorzi, comentou em julgamento a importância das punições sobre o time, já que “os times agora não poderão colocar os atletas para jogar e ver no que vai dar”. No entanto, em uma fala extremamente decepcionante, Zanforlin garantiu que “tirar 24 pontos do São Caetano é cometer um outro assassinato”.
No prontuário feito sobre a situação de Serginho, o médico do Incor Edimar Bocchi foi específico e direto ao revelar: “tenha sorte, pois a chance de óbito é grande”, caso o atleta continuasse dentro dos gramados. Na mesma situação, o profissional declarou à polícia que alertou Paulo Forte, médico do São Caetano, em quatro oportunidades sobre o risco de morte do jogador.