Em meio a crise financeira enfrentada pelo clube, o Santos tomou uma decisão arriscada de antecipar os recebimentos da cota de TV do Brasileirão e do Paulistão para quitar dívidas remanescentes da temporada passada. A manobra foi necessária porque o clube tem dívidas antigas, uma vez que mesmo com a tentativa de controlar seus gastos, houve um aumento dos débitos do Peixe dentro do patamar da inflação.
A receita do Santos, avaliada em R$ 342 milhões, está bem abaixo em comparação com os demais gigantes paulistas. No entanto, o clube teve um gasto dentro de suas limitações, sem fazer grandes extrapolações, pois o custo com o futebol está na casa dos R$ 171 milhões, ou seja, respeitando o limite de 50% da arrecadação. Em todas as contas, o superávit do Peixe foi de R$ 16,9 milhões.
O problema financeiro do Santos está relacionado à dívida de R$ 539 milhões, que teve crescimento de 6% no nível da inflação anual. Do total, o Peixe tem que quitar R$ 350 milhões em um ano. Por isso veio a necessidade do clube em fazer empréstimos e antecipar suas cotas de TV.
O Santos conta agora com um aumento dos empréstimos e antecipações de receitas: salto de R$ 96,5 milhões ao final de 2022. Em 2021, esse valor era de R$ 59,3 milhões. O crescimento se deve justamente às antecipações dos direitos de televisão, pois teve um aumento de R$ 38,4 milhões em adiantamentos.
Detalhes dos adiantamentos de cotas de TV do Santos
Segundo o portal UOL, o Santos passou a ter R$ 30 milhões antecipados com a Globo referentes a pagamentos da cota de TV do Brasileiro-2023; valor o qual era de R$ 5 milhões em 2021.
Além disso, o Peixe passou a dever a Federação Paulista de Futebol R$ 23,6 milhões das cotas do Paulistão-2023; eram R$ 10,3 milhões em 2021. Teoricamente, os valores do estadual já foram descontados com os recebimentos do torneio.
Por outro lado, o Peixe vem pagando outras dívidas, como os débitos referentes à transação de Neymar e também à preferência dada ao Barcelona por Gabigol (não cumprida) que foram reduzidos.