Romário admite ofertas de altas quantias para manipular jogos

Uma operação do Ministério Público de Goiás (MP-GO) que revelou um esquema para manipular resultados na última rodada da Série B do ano passado, chacoalhou o mundo do futebol nesta semana. Um dos alvos da operação, o meia Romário, ex-jogador do Vila Nova, afirmou que foi procurado pelo grupo de apostadores e que não partiu dele a ideia de participar da ação. Ele disse ainda que dará mais detalhes em depoimento nesta quinta-feira (16).

“Eles que me procuraram. Eu não procurei ninguém. Eles me ofereceram dinheiro sim, amanhã (quinta-feira) eu falo com mais detalhes. Obrigado”, disse Romário por meio de uma rede social.

Na última terça-feira (14), Romário e mais três jogadores foram alvos da operação “Penalidade Máxima”, que destrinchou o esquema. No esquema fraudulento, os atletas participantes deveriam cometer pênaltis no primeiro tempo dos jogos entre Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina.

Além de Romário, também foram alvos da operação Gabriel Domingos, outro jogador do Vila Nova, Mateusinho, que defendia o Sampaio Corrêa e atualmente está no Cuiabá, e Joseph, afastado pelo Tombense após a revelação da investigação.

Por que o esquema para manipular jogos não deu certo?

O esquema não deu certo porque Romário não entrou em campo e não houve pênalti marcado em Vila Nova x Sport. Nos outros dois jogos investigados, tanto Mateusinho quanto Joseph cometeram pênaltis no primeiro tempo.

Gabriel Domingos, o outro jogador do Vila Nova envolvido no caso, é investigado por ter emprestado a conta para Romário receber dinheiro dos apostadores.

“O ganho para cada jogador envolvido seria de R$ 150 mil. Seriam pagos R$ 10 mil adiantados e R$ 140 mil após o êxito. Como no jogo do Vila Nova não houve o pênalti, mas houve o pagamento do sinal (R$ 10 mil) para o jogador envolvido, o apostador passou a cobrar excessivamente o atleta pelo prejuízo causado, já que nos outros jogos houve o pênalti, e os atores envolvidos esperavam receber cada um R$ 150 mil”, disse o promotor do caso.