Montar elencos competitivos não sai barato. E se o clube não estiver estruturado internamente para atrair novas receitas e colocar as finanças em ordem, rapidamente esse investimento se torna uma dívida. Pra você ter uma ideia, o Corinthians fechou 2022 com dívida referente a direitos de imagem de jogadores no valor de R$ 66,7 milhões. Isso representa um aumento de 41% em relação ao ano anterior, quando o saldo a pagar era de R$ 47,1 milhões.
A informação consta no balanço financeiro do clube, que deve ser divulgado publicamente pelo Corinthians nas próximas semanas. Os valores correspondem ao saldo no dia 31 de dezembro de 2022 e podem ter sofrido variações desde então. O montante também pode englobar luvas por assinatura ou renovação de contrato, que não são discriminadas como tal.
O Corinthians diz que o custo com o futebol subiu em 2022 porque em 2021 enxugou os gastos e ficou sete meses sem fazer contratações, aumentando, naturalmente, os valores de direito de imagem. O clube afirma estar em dia com os atletas.
O ranking de credores do Corinthians tem a empresa Elenko Sports e o agente Luis Augusto Carvalho (conhecido como Luisinho Piracicaba) nas primeiras posições. Isso se deve ao fato de atletas utilizarem a estrutura contábil e jurídica de seus empresários para receberem direitos de imagem.
Nesses casos, não é possível discriminar quanto cada atleta tem a receber. A Elenko, por exemplo, trabalha com diversos jogadores que estão ou já passaram pelo Corinthians, como Ivan, Mantuan, Robert Renan, Caique França, Pedro, entre outros. Já Luisinho Piracicaba tem em seu portfólio Léo Natel, Jonathan Cafú, Marllon e Matheus Alexandre.
Dentre empresas de um único jogador, a que fechou 2022 com maior valor a receber do Timão é a de Renato Augusto: R$ 5,8 milhões. A lista de credores conta com diversos ex-atletas alvinegros, dois dos quais já até se aposentaram: os volantes Cristian e Elias.
O fato de haver valores em aberto de direitos de imagem não representa necessariamente um problema. Muitas vezes, o clube acerta com os jogadores para realizar o pagamento no futuro ou atrasa a quitação por questões meramente burocráticas. Alguns casos mais antigos estão recebendo de forma parcelada.
Já outros se queixam das dívidas e recorrem até mesmo a processos judiciais. Foi o caso do volante Ramiro, por exemplo, que entrou com ação pedindo R$ 6,3 milhões. No balanço, o Corinthians alega que tem R$ 3,7 milhões em aberto com o atleta.
Se por um lado há valores a pagar relativos a direitos de imagem, por outro a diretoria alvinegra alega estar em dia com o salário do elenco. Os direitos de imagem representam parte relativamente pequena da dívida do Corinthians, que ficou estável em 2022, mas ainda em patamar muito alto, próximo de R$ 1 bilhão.
Confira abaixo quem tem a receber direitos de imagem do Corinthians:
Elenko Sports (empresa que agencia Ivan, Mantuan, Robert Renan, Caique França, Pedro, entre outros): R$ 7,9 milhões
Luis Augusto Carvalho (agente de Léo Natel, Jonathan Cafú, Marllon, Matheus Alexandre, entre outros): R$ 6,4 milhões
Renato Augusto: R$ 5,8 milhões
Luan: R$ 4,5 milhões
Gil: R$ 4 milhões
Ramiro: R$ 3,7 milhões
Paulinho: R$ 2,4 milhões
Balbuena: R$ 1,9 milhões
Robson Bambu: R$ 1,3 milhões
Gabriel (volante do Inter): R$ 1,2 milhões
Cássio: R$ 1,1 milhão
Mateus Vital: R$ 1,1 milhão
All Soccer (empresa do agente de Fábio Santos): R$ 1,1 milhão
Marllon: R$ 1,1 milhão
Maycon: R$ 1,1 milhão
Fagner: R$ 1,09 milhão
Giuliano: R$ 1,05 milhão
Elias (ex-jogador): R$ 810 mil
Matheus Donelli: R$ 700 mil
Everaldo: R$ 660 mil
Lucca: R$ 642 mil
Jonathas: R$ 640 mil
Brazilsport (empresa que cuida da carreira do meia Guilherme): R$ 73 mil