No cenário do futebol, o formato da mesa-redonda se tornou consagrado ao longo dos anos. Sua estreia ocorreu em 1963, na TV Rio, sob a liderança do apresentador Luiz Mendes. Foi ele quem teve a brilhante ideia ao se inspirar em um debate político, percebendo que o futebol também poderia gerar discussões interessantes e apaixonadas.
Walter Clark, então diretor da TV Rio, prontamente se interessou pela proposta, resultando na criação do programa “Grande revista esportiva”, que mais tarde mudou de nome ao ser patrocinado pela empresa Facit, conhecida por fabricar máquinas de escrever. Em 1966, o programa migrou para a TV Globo, ampliando ainda mais sua popularidade.
Luiz Mendes assumiu o papel de âncora nas acaloradas discussões da mesa-redonda, e ao seu lado estavam grandes nomes como Armando Nogueira, Nelson Rodrigues, João Saldanha, José Maria Scassa, Hans Henningsen, Vitorino Vieira e o ex-artilheiro Ademir.
O programa ficou marcado por momentos clássicos, como quando Scassa afirmou que “quem não é torcedor do Flamengo é contra o Flamengo”, e Nelson Rodrigues, teimosamente, se posicionou contra um vídeo que mostrava a veracidade de um pênalti contra o Fluminense. Nelson declarou de forma célebre: “Se o vídeo diz que foi pênalti, pior para o videoteipe. O videoteipe é burro”.
Naquela época, os participantes da mesa-redonda frequentemente abandonavam a abordagem técnica e debatiam apaixonadamente, defendendo fervorosamente seus clubes de coração. Nelson Rodrigues era torcedor do Fluminense, José Maria Scassa era rubro-negro, João Saldanha era botafoguense, e Vitorino Vieira e Ademir eram vascaínos.