O presidente do São Paulo, Julio Casares, e o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Olten Ayres de Abreu Júnior, processaram dois tricolores – ambos são sócios do clube. O motivo é a mudança no estatuto do clube, que os torcedores alegam ser a formação de um golpe.
A ideia, no entanto, já foi aprovada pelos conselheiros e seguirá para votação dos associados. Caso a mudança seja aprovada, os dois dirigentes poderiam concorrer novamente para ficar mais três anos nos cargos. O atual mandato de ambos termina no fim de 2023. O São Paulo divulgou uma nota em que fala dos custos do processo – que serão bancados pelo próprio clube, que pedirá o ressarcimento:
“As ações são de iniciativa dos dirigentes, que foram ofendidos por estarem em seus cargos. Como a ofensa se deu em virtude do exercício do cargo, o São Paulo FC tem um seguro para tais situações e pretende ser ressarcido por isso. Os custos serão contratados pelo SPFC , em virtude da ofensa ter ocorrido em virtude do cargo, e o clube irá requerer ressarcimento por isso.”
Duas partes se manifestam
O Jaloreto e Associados, escritório responsável por representar os dirigentes nas ações, se manifestou através de uma nota oficial:
“Vimos por meio desta prestar os seguintes esclarecimentos:
1. Nosso Escritório patrocina ações judiciais contra ofensores dos Srs. Julio Casares e Olten Ayres de Abreu Jr. respectivamente Presidente e Presidente do Conselho do São Paulo Futebol Clube (SPFC). À medida em que as ofensas dizem respeito ao exercício de suas funções no âmbito do SPFC, é legítimo que a reação receba apoio da Entidade.
2. Da mesma maneira que muitas empresas, o SPFC mantém contratada Apólice de Seguro para assuntos jurídicos relacionados aos seus Dirigentes.
3. Assim, estamos cientes de que o SPFC pleiteará o ressarcimento de todos os custos incorridos em referidos processos no âmbito e nos termos da referida Apólice, porser contratualmente previsto, e de pleno direito.”
Fernando Calix, advogado que representa três tricolores processados pelos dirigentes, enviou declaração ao site “ge” se manifestando sobre o caso:
“Trata-se de evidente utilização indevida do judiciário, reconhecido pelo excessivo e invencível expediente de trabalho. O grupo político que administra o São Paulo persegue sistematicamente aqueles que comungam de opinião crítica e contrária à gestão. Críticas estas, é bom que se diga, embasadas em dados públicos e matérias de jornais. Não se pode admitir a corrosão dos direitos à crítica e à opinião, ocupando o Judiciário com uma inundação de acusações criminais improcedentes.”