Nos últimos dias, jogadores de futebol de todas as quatro divisões do Brasil tem se manifestado nas redes sociais contra a Lei Geral do Esporte, que entrará em votação no Senado. Protestos foram vistos no fim de semana, com jogadores fazendo o gesto de uma mordaça. Além disso, vários deles fizeram postagens nas redes sociais com o mesmo texto, dando argumentos contrários.
Um dos itens da lei é ela permitir que clubes estipulem um valor reduzido a ser pago em caso de rescisão contratual. Diferente do que prevê a Lei Pelé (100% do valor referente ao vínculo completo), o novo texto permite que equipes negociem uma redução deste montante já no momento da negociação para a contratação.
Além disso, a lei aumenta para 50% a parcela dos salários pagos através dos direitos de imagem – mais que os 40% atuais.
Confira o texto de protesto
“A Lei Geral do Esporte é excelente em vários aspectos. Mas em relação a nós, atletas de futebol, ela nos fere, retira diversos direitos trabalhistas, conquistados ao longo dos anos. Na Câmara, somente os clubes foram ouvidos, e nós não. Assim, tivemos lesão em nossos direitos trabalhistas. Mas não iremos nos calar, nossa classe está unida e juntos teremos voz. E no Senado precisamos ser ouvidos. E vamos lutar por isso. Futebol é a maior paixão nacional, e nós atletas também somos as estrelas do espetáculo.”
“O Art. 85, §5º e §6º praticamente extingue a cláusula compensatória (multa rescisória) a nosso favor: podemos ser mandados embora sem nada receber. O Art 96, VII, §3º, cita que a nossa hora noturna será só a partir das 23:59, enquanto a de qualquer trabalhador é a partir das 22:00: nossa noite é diferente? O Art. 164, § 2º possibilita o aumento da verba paga como Direito de Imagem: menos verbas trabalhistas. E tudo isso sem sermos ouvido?”