Nesta semana, o clube de futebol Botafogo anunciou o paraguaio Segovia como o novo dono da camisa 10. Uma transição após a saída de Gustavo Sauer, que partiu para a Turquia. O número 10, eternizado por Pelé, carrega um aura de prestígio em muitas equipes do Brasil. Entretanto, no Botafogo, a situação é um pouco diferente.
Para os botafoguenses, a camisa 7 tem a mesma importância que a camisa 10 para a maioria dos clubes brasileiros. E o motivo é claro: Manoel Francisco dos Santos, mais conhecido como Garrincha. Ele fez história com esse número e deixou um legado indelével nos corações dos torcedores.
Segundo Rafael Casé, pesquisador da história do Botafogo, a importância do número 7 veio justamente por causa de Garrincha. O jogador, que era sinônimo de espetáculo e alegria, deu uma relevância emblemática ao número. Tão importante quanto o número 10 de Pelé no Santos ou o próprio 7 de Garrincha, no Botafogo.
Essa cultura perdura até hoje?
Essa mística do número 7 perdurou pelas décadas, passando por gerações de botafoguenses. Maurício, por exemplo, que quebrou um jejum de 21 anos sem títulos com o número 7, e Túlio Maravilha, que também fez história com a numeração na vitória no Campeonato Brasileiro de 1995.
Hoje, quatro décadas após o fim da carreira de Garrincha, a responsabilidade de usar o número 7 é de Victor Sá. Mesmo sob críticas, o atacante tem conseguido se destacar e ajudou o Botafogo a liderar o Campeonato Brasileiro com uma vantagem expressiva sobre o vice-líder Palmeiras.
O pesquisador Rafael Casé destaca que, caso existisse aqui a tradição de aposentar números de grandes jogadores, definitivamente a camisa 7 seria aposentada. Pois, a mística desse número no Botafogo estará sempre presente nas rodadas.
De camisa 7 a postos, Botafogo volta a campo neste sábado para enfrentar o São Paulo. O jogo será no Morumbi e marca a abertura do segundo turno do campeonato nacional. Uma oportunidade para Victor Sá mostrar que é digno de vestir o manto que já foi do grande Garrincha.