Pesquisa revelou aumento assustador nos casos de racismo no futebol
Recém-lançado pela CBF e pelo Observatório da Discriminação Racial, o relatório anual de 2023 revela um crescimento preocupante nos casos de discriminação no futebol brasileiro. O relatório não se limita apenas a incidentes de racismo, mas também inclui dados sobre machismo, homofobia e xenofobia no esporte.
No último ano, foram contabilizados 136 casos de injúrias raciais, um aumento significativo comparado aos 98 casos registrados em 2022. A maior parte dos incidentes aconteceu nos estádios, seguidos por ocorrências na internet e em outros espaços.
Além do racismo, outras formas de discriminação são monitoradas. Casos de xenofobia, machismo e LGBTfobia também foram documentados, totalizando 195 incidentes. Essa estatística preocupante destaca a necessidade de ações proativas para combater tais comportamentos discriminatórios.
Por que os Casos de Discriminação Estão Aumentando?
Segundo Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, o aumento no número de casos relatados poderia estar ligado ao maior entendimento da população sobre o que constitui racismo e outras formas de discriminação. A parceria renovada com o Observatório da Discriminação Racial espera continuar essa trajetória de maior consciência e denúncia.
“Essa parceria positiva coloca a CBF no lado certo da história. Esses casos me entristecem, mas vejo muitos avanços. Procuro ser sempre otimista. Se temos mais denúncias, é porque a sociedade brasileira está mais aberta para entender o que é racismo,” afirmou Rodrigues.
Como as Instituições e Torcedores Podem Ajudar?
Marcelo Carvalho, diretor do Observatório da Discriminação Racial, também comentou sobre a importância da vigilância por parte de jogadores e torcedores para identificar e denunciar atos discriminatórios. Ele destacou que a voz ativa de todos envolvidos é crucial para o combate eficaz a esses problemas.
“Esses números são positivos porque mostram jogadores e torcidas mais atentas aos casos de racismo. Antes silenciávamos, hoje temos voz. Isso é importante para que possamos avançar nesta causa,” disse Carvalho.
Principais Dados do Relatório
- Racismo: 136 casos no Brasil + 26 casos no exterior
- Xenofobia: 13 casos no Brasil + 1 caso no exterior
- Machismo: 8 casos no Brasil
- LGBTfobia: 38 casos no Brasil
Discriminação nos Estádios e Outros Locais
- Estádio: 104 de racismo, 31 de LGBTfobia, 3 de machismo, 9 de xenofobia (147 no total)
- Internet: 19 de racismo, 4 de LGBTfobia, 3 de machismo (26 no total)
- Outros Espaços: 13 de racismo, 3 de LGBTfobia, 2 de machismo, 4 de xenofobia (22 no total)
Os dados foram apresentados para uma plateia formada por dirigentes e funcionários da CBF, Conmebol, federações estaduais, clubes e personalidades negras. A íntegra do relatório pode ser acessada no site do Observatório da Discriminação Racial no Futebol.
Apesar do cenário alarmante, a renovação da parceria entre a CBF e o Observatório parece ser um passo promissor para combater a discriminação no futebol brasileiro. A combinação de conscientização crescente e vigilância ativa poderá criar um ambiente mais inclusivo e respeitoso para todos.