Mesmo aos 50 anos, Pelé jamais perdeu todo o talento e a genialidade que tinha com a bola. A prova disso é que Paulo Roberto Falcão, ídolo do Inter e ex-técnico da seleção brasileira nos anos 90 tirou o chapéu para o Rei durante um treinamento.
O episódio aconteceu antes de um amistoso no dia 31 de outubro de 1990 no estádio San Siro. Na ocasião, o Brasil venceu um combinado do resto do mundo, que tinha como destaques o romeno Hagi, o holandês Van Basten e o búlgaro Stoichkov. Foi a última partida de Pelé pela seleção.
“Foi um dos meus primeiros jogos no comando da seleção brasileira e convoquei muitos jogadores jovens, alguns deles nunca tinham ido para a seleção como o Cafu. A surpresa foi que o Pelé, uma figura que admiro sempre, veio treinar com a gente no dia anterior ao jogo. Eu disse: ‘Pelé, a festa é tua. Você vai entrar e fazer o que quiser’. Ele me disse: ‘Não, preciso me preparar’. Ele treinou falta com a gente e colocou caneleira. Ele realmente incorporou o atleta profissional. Aí você vê porque chegou aonde chegou“, disse Falcão em entrevista à “ESPN”.
O então treinador canarinho falou que o jogador, mesmo com 50 anos, sendo 13 já aposentados, tinha uma capacidade cognitiva e mental muito acima dos demais.
“Pude ver a genialidade dele. Foi muito prazeroso trabalhar com ele, que é uma figura marcante na minha vida. Sempre me perguntavam em quem espelhava e respondia que era o Pelé, tenho um carinho imenso“, comentou.
O duelo terminou com vitória por 2 a 1 da seleção do resto do mundo, com gols de Hagi e Michel. O gol brasileiro foi marcado por Neto, ex-Corinthians e que entrou na vaga de Pelé aos 43 minutos da primeira etapa.